Violência contra profissionais de saúde é denunciada pela vereadora Sonia Meire

por Manuella Miranda - Assessoria de Imprensa da Parlamentar — publicado 11/09/2025 11h58, última modificação 11/09/2025 11h58
Violência contra profissionais de saúde é denunciada pela vereadora Sonia Meire

Foto: Luanna Pinheiro

Durante o Pequeno Expediente, na última quarta-feira, dia 10, a vereadora Sonia Meire (PSOL) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para denunciar o aumento da violência contra os profissionais de saúde no município de Aracaju e em todo o país. Na semana passada, a parlamentar participou de um almoço no Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed), onde o sindicato denunciou os números de violência contra médicos e médicas.   

“O estado de Sergipe está com altos indicadores de violência contra essa categoria. Há um crescimento alarmante da violência contra médicos no Brasil: um aumento de 68% em uma década, com 4.562 casos em 2024, ou seja, 12 agressões por dia e um caso a cada duas horas. São ameaças, desacatos e lesões corporais, e os agressores são pacientes, familiares e terceiros. Isso sem contar com as agressões institucionais, quando sofrem assédio moral, quando são retirados de escalas, como acontece hoje na Maternidade Lourdes Nogueira, uma denúncia do Sindicato dos Médicos”, disse a vereadora.  

Entre 2013 e 2024, foram registradas 38.074 ocorrências, de acordo com o Conselho Federal de Medicina, e no ano passado foi constatado o maior número de casos já registrados. As mulheres representam quase 50% das vítimas em vários estados, e a violência é registrada tanto em UBS, hospitais e prontos-socorros quanto em clínicas privadas. Durante esses quase 10 anos, foram registrados 310 boletins de ocorrência, 114 somente em 2024. Em Sergipe, a maior parte das agressões acontece em unidades públicas, principalmente emergências e UBS. Os casos incluem ameaça, lesão corporal, desacato, injúria, calúnia, difamação, constrangimento, perturbação, furto e vias de fato.  

“Na última terça-feira aconteceu uma assembleia no sindicato, onde vários casos foram relatados. Esses dados são muito graves e, nesse debate, precisamos discutir quais são as razões das agressões. Estamos vendo cada vez mais o enxugamento do Estado, a não realização de concurso público, a não oferta dos serviços, e isso tem provocado reação da população, que atinge todos os profissionais que estão na linha de frente, nos hospitais e nas unidades de saúde. Inclusive, já fui chamada pelas trabalhadoras terceirizadas de unidades de saúde, que estavam sofrendo diversas violências. Existe um potencial aumento das agressões contra as mulheres, e nós não podemos nos calar. As consequências da violência e da precarização do trabalho são a síndrome de Burnout, depressão e suicídio, que têm atingido médicos, enfermeiras, técnicos e auxiliares de enfermagem. Dados como o déficit de médicos em Aracaju, que hoje são apenas 278, também provocam este tipo de situação. Há 19 anos, eram 600 profissionais”, finalizou Sonia Meire.