Tribuna Livre desta terça-feira celebra o Dia do Bancário

por Fernanda Nery - Agência CMA — publicado 26/08/2025 11h49, última modificação 26/08/2025 11h49
O espaço contou com a participação da Secretária da Juventude do Sindicato dos Bancários de Sergipe, Dra. Géssica Nascimento
Tribuna Livre desta terça-feira celebra o Dia do Bancário

Foto: Luanna Pinheiro

A Tribuna Livre da Câmara Municipal de Aracaju recebeu, nesta terça-feira (26/08), a Secretária da Juventude do Sindicato dos Bancários de Sergipe, Dra. Géssica Nascimento, que representou a diretoria da entidade e fez uma homenagem ao Dia do Bancário, celebrado nacionalmente dia 28 de agosto.  


Géssica iniciou seu discurso enfatizando a importância da data para a categoria. “Essa é uma data histórica e de grande significado. É um momento de reconhecer publicamente a importância dos trabalhadores das instituições financeiras”. Ela ainda  aproveitou para fazer uma contextualização desse marco histórico, proveniente da luta por melhores condições para os trabalhadores da área.


“A origem da data remonta a 1951, quando a categoria, após 62 dias de greve, conquistou um aumento salarial de 31%. Essa paralisação foi uma das mais longas da história e um marco para o movimento sindical. Apesar de reprimida pela polícia e boicotada pela mídia, a greve terminou após o Tribunal Regional do Trabalho conhecer o reajuste salarial.”

 

A secretária destacou que a data precisa ser constantemente lembrada e celebrada, pois, segundo ela, trata-se de uma “forma de educação política para não nos esquecermos de que todas as conquistas vieram da luta e não da benevolência de patrões. Manter a tradição e celebrar o Dia dos Bancários é comemorar direitos conquistados, a exemplo da Convenção Coletiva do Trabalho, que foi criada em 1992, garantindo os mesmos salários e benefícios para todos os bancários do país.”

 

Por fim, Géssica citou alguns avanços nos direitos da categoria, como o fim dos trabalhos aos sábados, a jornada de 6h, o vale refeição, e falou sobre a trajetória do Sindicato dos Bancários de Sergipe, que foi fundado em 14 de julho de 1934. “É um dos mais fortes e consolidados sindicatos do nosso estado”, enfatizou ao dizer que, mesmo em ano sem campanha nacional dos bancários, a instituição mantém uma intensa agenda de mobilizações e debates, sempre atenta às pautas mais importantes do setor financeiro.   

 

O que disseram os vereadores

O vereador Iran Barbosa (PSOL) parabenizou o sindicato pelo trabalho desenvolvido e relembrou o período em que a categoria serviu de inspiração para as lutas sindicais de outros segmentos da sociedade. “Eu quero manifestar agradecimento à categoria bancária, porque, no início da nossa luta sindical no magistério, o sindicato dos bancários foi uma referência para nós e um ponto de apoio fundamental. Então eu não posso perder essa oportunidade de agradecer à categoria e às direções que se sucederam e que sempre deram apoio à luta por um sentido muito coletivo do diálogo da classe trabalhadora.”

 

O vereador Miltinho Dantas (PSD) também parabenizou a explanação feita por Géssica e disse que “é um motivo de muita alegria poder comemorar o Dia do Bancário, eu que ingressei nessa categoria em 1987, me aposentei e continuo sindicalizado. Uma profissão que me dá muito orgulho e que é muito relevante para a sociedade.”

 

O vereador Camilo Daniel (PT) enfatizou que a profissão talvez esteja no maior centro das contradições que existe do capital, porque no capital financeiro quem mais tem lucro são os bancos. “A gente vê os bancos e a forma como o capital financeiro acabaram dominando a economia mundial, os bancos acumulando cada vez mais dinheiro e, contraditoriamente, categorias lutando por questões muito simples, como a pejotização e nenhuma conquista seria possível se não houvesse a luta da categoria.”

 

A vereadora Professora Sonia Meire (PSOL) destacou a importância dos bancos, em especial do Banese. “Gostaria  de falar sobre a importância que o Banese tem para a economia do nosso estado e também da relevância que o sindicato tem para manter vivo esse banco que, apesar de todas as tentativas de privatização, é essa categoria que tem levantado as esperanças de que é possível você ter um banco público, mesmo em meio a tantas contradições que nós estamos vivendo.”

 

O vereador Lúcio Flávio (PL) falou sobre a trajetória de sua família, que tem tradição na área bancária. “Eu tenho uma experiência muito longa, inclusive minha esposa foi acolhida pelo sindicato durante uma necessidade de uma demanda junto ao banco em que ela trabalhava. Não sou daqueles que condenam a instituição bancária, porque eu já vi sonhos serem realizados por meio de financiamento habitacional, por meio de abertura de empresas para geração de emprego e tenho muito respeito pelo sindicato, que garante, num momento de injustiça, os direitos do trabalhador do banco.”

 

O vereador Elber Batalha (PSB) destacou a necessidade de haver uma atenção especial para a área de fomento. “Eu gostaria de fazer um recorte sobre a importância de um sistema bancário de fomento, a exemplo do que acontece com os bancos estatais, como o Banese, a Caixa e o Banco do Brasil. Se não fossem os bancos públicos e o SUS no momento da pandemia, o mundo e as consequências dessa doença teriam sido muito mais trágicas e os bancos  são um retrato dos seus trabalhadores, a dedicação e o empenho de modificar vidas e realizar sonhos.”

 

Por fim, o presidente da Casa, vereador Ricardo Vasconcelos (PSD), ressaltou o papel relevante que a luta da categoria desempenhou na sociedade. “Quando se fala em bancário, as pessoas se lembram muito de lucro, de dinheiro. Mas a gente percebe o que os bancários já fizeram por esse país, juntamente com o magistério. Existem algumas categorias que ultrapassam os limites da sua atuação e têm um papel importantíssimo para a sociedade na defesa do estado democrático de direito, nos enfrentamentos que são necessários junto à política perversa que alguns governos têm. Então quando a gente vê uma data como essa sendo enaltecida pela classe política, isso me orgulha bastante.”