Presidente da Câmara Municipal de Aracaju critica ações ineficientes para conter efeitos da chuva na Capital

por Ivo Jeremias Barros de Brito publicado 07/05/2024 12h53, última modificação 07/05/2024 12h53
Segundo Defesa Civil de Aracaju, foram registradas 14 ocorrências na cidade nas últimas horas devido a chuvas.
Presidente da Câmara Municipal de Aracaju critica ações ineficientes para conter efeitos da chuva na Capital

Gilton Rosas

O presidente da Câmara Municipal de Aracaju, Ricardo Vasconcelos (PSD), usou a Tribuna, ao final do grande expediente na manhã desta terça-feira,7, e abordou em seu discurso os alagamentos em diversas vias da cidade e dificuldades de mobilidade urbanas com as chuvas que precipitam na capital desde a noite de ontem.

A Defesa Civil de Aracaju registrou, nas primeiras sete horas de hoje, um total acumulado de 94 milímetros de chuvas, com a maior incidência no bairro Jardins (92,4 mm). Foram registradas 14 ocorrências na cidade, sendo 12 de alagamentos, uma de colapso estrutural e uma de avaliação de risco de colapso estrutural.

“ Não tem como vir trabalhar e não tocar nesse assunto do receio de não poder se locomover na cidade por causa de uma chuva. É inadmissível ter receio que uma simples chuva de poucas horas possa parar nossa cidade. Isso não é um problema pontual, não podemos atribuir a um único gestor, é uma questão estrutural e histórica. Todos os prefeitos que passaram por Aracaju, até hoje não resolveram. Nós temos que aproveitar os bons exemplos e soluções que os outros gestores já conseguiram implantar e deram certo. O Japão já resolveu o problema de enchentes, nós temos várias soluções, algumas podem ser caras, mas temos que resolver o problema. Todos sabem que, em uma série de locais em Aracaju, poderíamos resolver a questão dos alagamentos com bombeamento.  O Japão investiu em rios subterrâneos, fazendo galerias, guardando aquela água para os períodos de estiagem. Tem a estação de bombeamento da Deso no Constâncio Vieira, poderia ser feito um bombeamento para escoar água da região do canal da 13 de julho. Custo sabemos que terá, mas o que não dá são as  pessoas ficarem implorando aos políticos para não acordarem pisando em lama”.    

Em aparte, o vereador Breno Garibalde (Rede) reforçou a fala de Ricardo Vasconcelos de que existe solução para a situação e que os exemplos positivos em outras localidades devem ser seguidos. “Hoje temos diversas cidades trabalhando nesse sentido, as praças alagáveis ou praças inundáveis é um conceito que está sendo feito, você utiliza uma praça da cidade em uma região crítica e constrói ela mais baixa e pode reter a água durante o período intenso de chuva funcionando como uma bacia, mas aqui nada é feito. Existem soluções e técnicas acontecendo Brasil afora, mas não vemos nada nesse sentido em Aracaju.

Ricardo Vasconcelos criticou a realização de soluções temporárias para a problemática e uso político da situação. “Não dá para gastar o recurso público com paliativos. Agora vão percorrer as ruas, todo tipo de pré-candidato, dizendo que resolvem tudo. Tivemos três anos e meio e ninguém resolveu nada. Esse tipo de enganação, esse tempo de estelionato eleitoral e político está com os dias contados porque o povo está se informando e nós vamos informar ainda mais. O que precisamos é de homens e mulheres que tenham compromisso com o serviço público”.      

Servidores do Munícipio de Aracaju

Ao final do discurso, o presidente da CMA pediu ao prefeito Edvaldo Nogueira atenção à situação financeira do servidores da prefeitura municipal de Aracaju.  “Prefeito Edvaldo Nogueira, encaminhe um projeto para esta Casa concedendo alguma coisa para esses trabalhadores. Todos estão apreensivos, a Câmara já deu a reposição inflacionária, os servidores do município de Aracaju estão preocupadíssimos porque não veio nada para cá ainda,  e o tempo está passando. Nós temos que fazer justiça com aqueles que fazem o serviço público funcionar. Peço a vossa excelência e sua gestão que façam o mais rápido possível os estudos de impacto financeiro, mas que a gente não deixe os salários desses servidores serem corroídos pela inflação", finalizou o parlamentar.