Emília Corrêa lamenta preconceito e diz que mulher não deve ser usada como trampolim

por Débora Matos, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 10/03/2017 11h25, última modificação 13/11/2017 11h40
Emília Corrêa lamenta preconceito e diz que mulher não deve ser usada como trampolim

Foto: César de Oliveira

Durante sessão especial nesta sexta-feira, 10, na Câmara Municipal de Aracaju, em homenagem ao “Dia Internacional da Mulher” que foi comemorado em 8 de Março, a defensora pública e vereadora, Emília Corrêa (PEN), enalteceu o papel da mulher e a existência de discrepâncias sociais e políticas.

Emília lamentou o preconceito e a luta da mulher por salários iguais. “Como em pleno século 21 e diante de uma Constituição Cidadã, a mulher ainda tem que discutir salários iguais envolvendo mesma função e carga horária? É um absurdo tão grande que chega a ser inacreditável. Mulheres negras sendo discriminadas não somente por ser mulher, mas por ser negra o preconceito aumenta. Isso nos incomoda, afinal, sentimos na pele essa diferença de tratamento e discriminação”, disse indignada.

A parlamentar lembrou os avanços da mulher após a Constituição. “No Código Civil de 1916 a mulher casada não tinha absolutamente direito a nada, não era votada e não podia votar. A evolução veio com uma Constituição maravilhosa, que precisou colocar em seu texto, de forma específica, de que as mulheres são iguais em direitos e obrigações. A mulher de hoje, em boa parte da família, é a provedora, mas continua sendo discriminada e muitas vezes submetida às vontades dos homens, aos caprichos e violência por ser mulher”, apontou.

Segundo Emília, quem muda e forma a sociedade é a mulher. “Somos nós que criamos a sociedade, que nasce dentro do nosso ventre. Estamos gerando a sociedade de forma equivocada, pois cada ventre é uma sociedade que pode se transformar em boa ou ruim, pacífica ou violenta, justa ou injusta, afinal, está nas mãos da mulher. Não somos sexo frágil ao contrário do que muitos dizem, administramos uma casa e podemos administrar o mundo. A mulher é forte e precisamos incutir isso nas mentes das mulheres sem nos separarmos dos homens, pois não temos que concorrer ou competir com eles dentro ou fora de casa, mas sim puxar eles para perto da gente com sabedoria e inteligência”, enfatiza.

De acordo com Emília, muitas questões devem ser observadas e amplamente debatidas. “Falar sobre as mulheres parece um refrão, porém, deve-se observar e diminuir as discrepâncias sociais e políticas existentes. É muito importante que as mulheres assumam efetivamente seus espaços e passem a ser protagonistas. Que a mulher não se coloque como trampolim ou usadas como estatísticas. É preciso que as atribuições e espaços sejam aproveitados com equilíbrio, por isso, é importante acreditar que é possível chegar lá", reforçou.

Na oportunidade, a advogada e coordenadora-geral da Comissão de Direitos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE), Clarissa França, destacou os desafios da mulher contemporânea. "Temos grupos de mulheres que têm necessidades e desafios diferentes que devem ser considerados e respeitados. Nossa realidade é desafiante e somos engessados por conta de um modelo formatado ao longo dos anos", lamentou.

A sessão foi uma iniciativa do vereador Américo de Deus.