Camilo Lula destaca desigualdade social e discriminação racial

por Fernanda Sales — publicado 17/04/2019 12h10, última modificação 17/04/2019 12h10
Camilo Lula destaca desigualdade social e discriminação racial

Foto: César de Oliveira

Na manhã desta quarta-feira, 17, o vereador Camilo Lula (PT) utilizou a Tribuna no Grande Expediente para falar sobre a reforma agrária, a violência com as pessoas menos favorecidas, a desigualdade social e a discriminação racial. O principal destaque da sua fala foi com relação a violência e discriminação, lamentando a morte do designer de interiores Clautênis José dos Santos, atingido a tiros durante uma abordagem policial no Bairro Santos Dumont, na Zona Norte de Aracaju.

Durante o início do seu discurso, Camilo citou a reforma agrária lembrando o Massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996. “Foram dezenove trabalhadores sem-terra assassinados por mais de 50 policiais durante uma ação. É uma lembrança terrível, que não deveria acontecer, mas infelizmente a tragédia aconteceu por causa do objetivo de criminalizar a luta dos trabalhadores que lutavam pela reforma agrária. Todos os alimentos que consumimos são por conta da reforma agrária. As pessoas que lutam pela reforma querem lutar pela terra, pelo direito de plantar e produzir. Isso é democracia”, afirmou.

Com relação ao caso do designer, o parlamentar se solidarizou e pede respostas. “Quero me solidarizar quanto à violência e discriminação sofrida por Clautênis. Precisamos denunciar esse caso, mas vários outros acontecem, e infelizmente não há investigação. A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no país. O salário dos negros e das mulheres é menor que o dos homens brancos. Infelizmente estamos vivendo uma grande situação de violência e, no caso de pessoas negras, o número de mortes e crimes são bem maiores. Sabemos que a abordagem em bairros periféricos é bem diferente do que em bairros da classe média e alta. Eu mesmo já sofri com isso na Av. Euclides Figueiredo, quando quatro motos da Getam me pararam e disseram que suspeitavam que meu carro estava fazendo arruaça no Santos Dumont. Eles me tiraram do carro, colocaram a arma na cabeça, me chamando de vagabundo. Imagine uma abordagem dessa no Santa Maria, um bairro mais periférico, com pessoas vulneráveis”, questionou Camilo.

Apartes

Em aparte, Anderson de Tuca (PRTB) destacou que não deve haver discriminação por conta do local onde mora, pela forma de se vestir e pela cor da pele. “Também já sofri discriminação pela maneira como eu estava vestido. Torço para que o caso deste jovem design seja esclarecido. Ele perdeu a vida sem motivo algum. Espero que a justiça dê a resposta e a verdade no caso Clautênis”.

Cabo Amintas (PTB) esclarece que muitos policiais são discriminados e sofrem violências. “Quero parabenizar a equipe do Getam pela abordagem realizada com o senhor vereador. Eles não fizeram distinção de branco ou negro, pois o senhor é branco, mesmo assim foi abordado. No caso de Clautênis, que era um menino de bem, foi uma infelicidade o que aconteceu e a justiça agora vai esclarecer os fatos”.

Bigode do Santa Maria (MDB) também lamentou a desigualdade social. “É lamentável a desigualdade social que vivemos. Moro no Santa Maria e sei o quanto as pessoas do bairro sofrem com preconceito e discriminação por conta do local onde vivem”, finalizou.