Bittencourt recebe filho de Anízio Dário, líder comunista sergipano assassinado em 1947

por Acácia Mérici, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 25/08/2017 12h14, última modificação 25/08/2017 12h14
Bittencourt recebe filho de Anízio Dário, líder comunista sergipano assassinado em 1947

Foto: Assessoria do parlamentar

O vereador e presidente Estadual do PCdoB em Sergipe, Antônio Bittencourt, recebeu a visita do metalúrgico aposentado Zacarias Lima Andrade, filho do líder comunista sergipano Anízio Dário de Andrade, assassinado pela cavalaria do governo em novembro de 1947, durante uma manifestação ocorrida na rua João Pessoa, em Aracaju, contra o então presidente Eurico Gaspar Dutra, que cassou o Partido Comunista.

Com gratidão, Zacarias recordou que o pai foi homenageado pelo prefeito Edvaldo Nogueira que, em 2008, colocou o nome de Anízio Dário no recém-inaugurado Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) e em uma das principais avenidas do bairro 18 do Forte, em Aracaju. Também em 2008, Zacarias recebeu (em nome do pai) a Medalha do Mérito Serigy. "Anízio Dário foi um sergipano negro, comunista e pobre, que sempre lutou pela democracia. Era um cidadão que legalmente não existia por que, naquela época, o governo confiscou todos os documentos pessoais. Zacarias luta por esse resgate e mantém sempre viva a memória e a história desse grande brasileiro", afirma Bittencourt.

Zacarias Andrade é um dos 12 filhos de Anízio Dário e conseguiu provar a existência do pai na Comissão da Anistia através de documentos de três filhos, que residem no Rio de Janeiro. “Por conta das pressões do governo estadual à época, a família se viu forçada a mudar para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Anízio Dário é um nome a ser lembrado, de modo que jamais possamos admitir qualquer intolerância e qualquer violência em nome da política. O assassinato de Anízio Dário é a demonstração bárbara da política que, durante muito tempo, existiu no estado de Sergipe. Os pesquisadores Gil Francisco e Chico Varela contribuíram bastante para o resgate da memória de Anízio Dário”, aponta.

Bittencourt destaca que os filhos, netos e bisnetos se orgulham do nome do líder comunista, um exemplo seguido por todos os sergipanos. "Após uma briga judicial, em maio de 1947 o Partido Comunista teve o registro cassado. Na ocasião, o Ministério do Trabalho fechou a Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil, criada pelo movimento sindical 1946 e governo de Dutra não reconhecia. Por ter o pedido de reabertura dos sindicatos negado, o Partido Comunista considerou o governo antidemocrático e fez um manifesto pregando a derrubada de Dutra em todo o Brasil. Em Aracaju, na manifestação que os comunistas sergipanos tentaram fazer, Anízio Dário foi morto pelo governo. Hoje, 70 anos depois, seus ideais democráticos continuam vivos", pontuou Bittencourt.