“Renda Básica Municipal pode ajudar no enfrentamento à pobreza menstrual”, defende Professora Ângela Melo

por Paulo Victor Melo, Assessoria de Imprensa da parlamentar — publicado 14/10/2021 10h12, última modificação 14/10/2021 10h12
“Renda Básica Municipal pode ajudar no enfrentamento à pobreza menstrual”, defende Professora Ângela Melo

Foto: Assessoria da parlamentar

Na sessão da Câmara Municipal de Aracaju nesta quinta-feira, 14/10, a vereadora Professora Ângela Melo (PT) enfatizou a necessidade de políticas públicas de transferência de renda para as mulheres mais vulnerabilizadas.

Uma dessas políticas possíveis é a Renda Básica Municipal, uma propositura de Ângela desde o início do mandato, mas que até o momento não teve qualquer posicionamento da Prefeitura. 

“Quando falamos em pobreza menstrual estamos falando de um conjunto de desigualdades e vulnerabilidades articuladas. Não por acaso, as meninas que já deixaram de ir à escola por não terem absorvente são filhas e netas das mulheres que vivem em condições precárias de moradia e saneamento e que estão sem emprego e renda”, destacou Professora Ângela Melo.

Um estudo de 2018 mostrou que, no Brasil, 25% das estudantes já faltaram aulas por não terem materiais de higiene íntima. Ao mesmo tempo, 20% das adolescentes do país não possuem água tratada em casa e 200 mil estudam em escolas com banheiros precários, o que torna ainda mais difícil o manejo da higiene menstrual.

Outra importante pesquisa, o relatório “Livre para Menstruar”, que foi publicado esse ano, estima que uma pessoa que menstrua gasta entre 3 mil e 8 mil reais ao longo da vida com a compra de absorventes.

“Enquanto isso, nós mulheres perdemos quase cinco trilhões de reais em renda somente no ano passado e 64 milhões de mulheres perderam o emprego em 2020 no mundo todo”, lembrou Ângela.

Durante o seu discurso na sessão da CMA, a parlamentar também repudiou a decisão do governo Bolsonaro de vetar a distribuição gratuita de absorventes para mulheres vulnerabilizadas, mulheres em situação de rua e meninas de famílias de baixa renda que estudam na escola pública.

“É lamentável que nas vésperas do dia das crianças este tenha sido o recado de Bolsonaro para todas as meninas brasileiras”, ressaltou.