Comissão voltada à sustentabilidade estima que demanda do uso de papel na CMA já reduziu em mais de 50%

por Adm publicado 06/05/2024 23h04, última modificação 06/05/2024 23h04
Plano Sustentável tem como um de seus objetivos a redução do uso de papel na CMA


Desde o dia 05 de abril, a Câmara de vereadores publicou no Diário Oficial o Plano de Gestão de Logística Sustentável. Esse é um instrumento de governança e planejamento, que facilita o desenvolvimento de ações voltadas ao consumo consciente e de sustentabilidade no parlamento de Aracaju. 

 

O objetivo é contribuir com o desenvolvimento sustentável do Município. Para que a população saiba quais são as principais temáticas do plano, será publicada semanalmente uma reportagem. Dessa vez, o tema é a redução do uso de papel na Instituição. 

 

Redução do uso de papéis para impressão é um dos objetivos do Plano

O Plano de Gestão de Logística Sustentável é composto por 04 eixos norteadores. O primeiro deles é “Compras, contratações e usos sustentáveis de recurso”, que abrange temas ligados ao material de consumo, redução do uso de papéis para impressão e copos descartáveis, boa gestão da energia elétrica, dos documentos e da água. 

 

Inclusive, um dos objetivos de sustentabilidade do plano da CMA é “reduzir e racionalizar o consumo de papel em atividades legislativas e administrativas”. De acordo com Verena Dalton, que é presidente da Comissão responsável pela elaboração do plano, há um acompanhamento mensal da demanda de papel para impressão ao Almoxarifado.

 

“Analisamos de perto a demanda em todos os prédios da CMA, comparando com os números mensais de 2023 e 2022. Além disso, a Divisão de Tecnologia da Informação começou a operacionalizar, em março deste ano, um software de bilhetagem das impressões para que seja possível monitorar melhor o consumo de papel pelas nossas atuais 16 impressoras multifuncionais de uso compartilhado. Felizmente, já observamos uma queda significativa na demanda por papel A4 no Almoxarifado, em comparação aos anos anteriores. E que, se considerarmos os últimos 3 meses do ano passado, quando já havíamos dado início à campanha CMA Sustentável (lançada em meados de outubro) e compararmos ao mesmo período de 2022, nossa demanda mensal média de papel A4 caiu de 21.000 folhas para cerca de 8.666. Isso representa uma redução de mais de 58%”. 

 

Mudanças em relação ao uso do papel já estavam ocorrendo antes do lançamento do Plano

É importante ressaltar que as mudanças não iniciaram somente com o plano. Por exemplo, desde 2009, houve a implementação de sistema eletrônico de apoio ao processo legislativo–SAPL (desde 2009), a digitalização do arquivamento em papel dos registros de anais e de alguns outros documentos (desde 2010); a transição do protocolo de matérias legislativas e de procedimentos administrativos diversos do papel para o meio digital (em 2020); e a interrupção do processo de revisão e de correção gramatical de textos e matérias legislativas em papel (em 2023). 

 

Inclusive, em 2019, que foi o último ano em que o protocolo foi realizado inteiramente presencial e em papel, foram protocoladas 4.612 indicações, o que representou 30.735 folhas de papel A4 impressas no ano. Essas mudanças contribuíram não só para essa significativa economia de papel, como também para facilitar a organização e o controle dos processos internos, tornando o trabalho mais eficiente e transparente, produzindo menos resíduos e gerando menos despesas com serviços postais e com deslocamentos. Além disso, na comparação com 2022 e 2023, o número de resmas de papel reduziu de 508 para 389. A meta do plano é reduzir 5% da média anual de consumo de resmas de papel A4, no setor do Almoxarifado. 

 

Setores da CMA têm reduzido consideravelmente o uso de papel 

Caio Lima, gerente legislativo da Câmara de Aracaju, explicou que, desde a pandemia, o setor legislativo tem realizado diversas mudanças na tentativa de reduzir o uso do papel. “Todos os documentos legislativos que recebíamos anteriormente eram em papel: só de indicações dos vereadores, podemos estimar um gasto anual de 20 mil folhas de papel, fora os projetos de leis e outras proposituras. Isso foi reduzido de forma significativa com as mudanças realizadas no setor. Atualmente, recebemos todos projetos digitalmente e encaminhamos ao protocolo, por meio do 1Doc, que é um sistema digital. Com isso, estimo que houve uma redução do uso de papel em 70%”. 

 

Marcos Santana, que é chefe do setor de Tecnologia da Informação (TI), juntamente com os dois gerentes de TI, Vandré Carvalho e João Pedro de Oliveira realizaram atividades que contribuíram para a redução do uso do papel no órgão.

 

“A primeira mudança foi o sistema de digitalização dos arquivos, os quais eram entregues em papel. Queremos que o envio seja feito em PDF, para organizarmos digitalmente.  O segundo tem a ver com a bilhetagem das impressoras, ou seja, conseguimos coletar a informação de quantas páginas foram impressas em cada setor. Dessa forma, conseguimos identificar as pessoas e as impressões que foram feitas, com a finalidade de verificar o que pode ser melhorado ou reduzido. Antes, tínhamos 30 impressoras,  agora 16. Emitimos um relatório mensal para o setor responsável pela Comissão sustentável, que irá fazer um trabalho de conscientização com os setores.”

 

Paulo Marcelo Siqueira, que é assistente administrativo do setor de protocolo, também comentou as atividades voltadas à sustentabilidade. “Uma das demandas que a gente recebe é do legislativo. As leis aprovadas chegavam ao setor de protocolo impressas. Agora, o legislativo encaminha essas leis digitalmente e elas vêm via sistema, sendo que o presidente da Casa assina eletronicamente. Outra mudança diz respeito à folha de rosto impressa, que era utilizada quando a pessoa vinha pegar a documentação registrada. Ao invés de imprimir mais uma folha para assinatura, nós registramos no sistema que a pessoa coletou a documentação”, explica. 

 

Letícia Barros, que é chefe de divisão da taquigrafia e revisão, assim como Letícia Maria Vanoni, que é chefe do setor de taquigrafia, também ressaltaram mudanças significativas no setor, além de realizarem expectativas em relação ao futuro.

 

“Os registros de votos dos vereadores eram impressos e agora são digitais. Outros documentos como relatório do que foi aprovado e das votações nominais também são digitais. Antes, esses arquivos eram impressos e entregues ao vereador, o que variava de 70 a 120 páginas. No site, publicamos também esse registro de votos. A longo prazo, a gente tem muita vontade de trazer os tablets para cada taquígrafo, como é feito no  Senado Federal e Câmara dos Deputados também. Temos esse desejo porque utilizamos o bloco de papel para taquigrafar e com os tablets já haveria também essa redução”, finalizam.