Vereadores debatem segurança pública, desigualdade social e meio ambiente durante o Grande Expediente
Durante o Grande Expediente da 93ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Aracaju, realizada nesta quinta-feira (30), os vereadores utilizaram a tribuna para debater assuntos relacionados à segurança pública, desigualdade social, políticas para a juventude e questões ambientais. As falas repercutiram, sobretudo, a recente operação policial realizada no Rio de Janeiro, além de situações locais que exigem atenção do poder público.
O presidente da Casa, vereador Ricardo Vasconcelos (PSD), iniciou seu pronunciamento ressaltando os avanços de Sergipe e de Aracaju na área da segurança pública. Ele destacou a sensação de tranquilidade vivenciada pelos aracajuanos, mas alertou para o risco de discursos que desautorizam as forças policiais. “Quem não anda fora da legalidade não tem por que temer nossas polícias. Quem opta pelo crime precisa estar ciente das consequências previstas pela lei”, afirmou. Ricardo também chamou atenção para o debate político em torno de indicações e nomeações, pedindo mais transparência nas ações públicas. Por fim, o parlamentar solicitou novamente atenção à limpeza dos rios e mangues da capital. Ele relatou ter encontrado lixo e brinquedos descartados no manguezal durante uma caminhada, pedindo reforço nas ações da Emsurb para preservar o meio ambiente.
Na mesma linha, o vereador Sargento Byron Estrelas do Mar (MDB) destacou sua experiência de mais de duas décadas como policial militar e reforçou a importância de reconhecer o trabalho das forças de segurança. Ele lamentou as mortes de policiais no Rio de Janeiro e condenou a atuação do crime organizado em estados como Bahia, elogiando a atuação das polícias sergipanas. “Graças à inteligência e ao trabalho preventivo e repressivo das nossas forças de segurança, Sergipe continua sendo um dos estados mais seguros do país”, pontuou.
O vereador Soneca (PSD) fez um discurso emocionado sobre a realidade das comunidades periféricas. Vindo de uma origem humilde, ele contou ter se comovido com as imagens dos confrontos no Rio de Janeiro e fez um apelo por mais oportunidades para a juventude. “Eu chorei pelas vidas que não tiveram oportunidade. O tráfico oferece uma falsa ideia de futuro, mas o caminho certo é o estudo e o trabalho digno”, afirmou. Soneca destacou a importância de programas voltados à inclusão social, como o Sergipe no Mundo, que, segundo ele, amplia perspectivas para os jovens sergipanos.
Na sequência, o vereador Bigode do Santa Maria (PSD) reforçou o discurso do colega, relatando também sua trajetória de vida e as dificuldades enfrentadas na juventude. Ele lamentou as mortes resultantes da operação no Rio de Janeiro, mas reconheceu a necessidade da ação policial diante do domínio de facções criminosas. “É muito triste ver tanto sangue derramado, mas a polícia precisava agir. Peço a Deus que Sergipe nunca chegue a esse ponto”, declarou. O parlamentar ainda aproveitou o momento para parabenizar a prefeita Emília Corrêa e os presidentes da Emurb e da Emsurb, Sérgio Guimarães e Hugo Esoj, pela melhoria da infraestrutura no centro da cidade.
O vereador Breno Garibalde (REDE) defendeu uma reflexão sobre as desigualdades sociais e a falta de oportunidades que atingem grande parte da população. Ele afirmou que “as pessoas não estão nas favelas porque querem, mas porque é o único lugar que podem estar”. Breno alertou para a importância de políticas públicas que promovam igualdade e inclusão. Seguindo seu discurso, o parlamentar destacou a situação do bairro Aruana, onde em visita constatou ligações irregulares de esgoto em canais e lagoas. “A Emsurb gasta milhões com limpeza, mas sem corrigir o problema na base. A população da Aruana está clamando por socorro”, ressaltou.
Encerrando as falas do Grande Expediente, o vereador Elber Batalha (PSB) fez uma análise crítica do episódio no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, defendendo um debate despolitizado e centrado na vida humana. Ele lamentou o alto número de vítimas e classificou a operação como mal planejada. “O pior desserviço que podemos fazer é transformar essa discussão em palco de polarização. O problema não é ideológico, é estrutural e de falta de profissionalismo nas políticas de segurança pública”, afirmou. Elber alertou ainda para o risco de naturalizar tragédias e lembrou que, se não fosse a boa atuação das forças policiais sergipanas, situações semelhantes poderiam ocorrer em Aracaju.