Kitty Lima faz alerta sobre proliferação da Leishmaniose em Aracaju

por andreeyvyd.teles — publicado 21/03/2017 16h45, última modificação 13/11/2017 14h48
Kitty Lima faz alerta sobre proliferação da Leishmaniose em Aracaju

Gilton Rosas

O crescente número de casos de pacientes com suspeita de Leishmaniose visceral, ou calazar, em Aracaju foi o assunto abordado pela vereadora Kitty Lima (Rede) em seu pronunciamento na Câmara Municipal de Aracaju (CMA), nesta terça-feira, 21.

 

Segundo a parlamentar, a proliferação da Leishmaniose na capital surge devido à falta de saneamento básico em alguns bairros e o acúmulo de lixo tanto em áreas públicas, quanto em residências particulares, ambiente que atrai os insetos transmissores da doença.

“O lixo que costuma ficar espalhado pelas ruas e a falta de limpeza das residências, algumas com dejetos de animais acumulados a céu aberto, contribuem para que o mosquito que transmite a Leishmaniose se reproduza cada vez mais”, pontuou.

Kitty alertou ainda para um problema muito comum em locais onde casos de leishmaniose são confirmados: o sacrifício do animal diagnosticado com a doença.

“O problema é que muitas pessoas acabam culpando o cachorro pela proliferação da doença quando na verdade ele é apenas o hospedeiro. Quem transmite a doença é o mosquito, e o animal diagnosticado pode ser submetido a tratamentos e curado. Não é sacrificando os cachorros que a gente vai resolver o problema, a gente tem que combater o mosquito, ir à base do problema, cobrar saneamento básico do município, manter nossas casas limpas e cobrar também a limpezas das ruas”, explicou a vereadora, frisando que “quis deixar claro isso para que o cachorro não saia como culpado pela proliferação da doença, já que infelizmente chegam diariamente ao meu conhecimento casos de animais que foram mortos porque a população acreditava que matando o animal resolveria o problema".

A Leishmaniose é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui que, ao picar, introduz na circulação o protozoário Leishmania chagasi. Principal hospedeiro desse mal, o cão com diagnóstico confirmado da doença tem sido sacrificado por acharem que eliminando o animal, extingue-se a doença.

CCZ

Ainda durante seu discurso, Kitty Lima trouxe à tona outro grave problema envolvendo o controle de zoonoses em Aracaju. De acordo com a parlamentar, o município possui apenas um único Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), quando na verdade deveria disponibilizar aos menos seis CCZ, além de um quadro de funcionários que supra a demanda da população.

“Com mais de 600 mil habitantes, Aracaju deveria ter ao menos seis Centros de Zoonoses uma vez a lei determina que o município tenha um CCZ a cada 100 mil habitantes. Além disso, há apenas 11 profissionais atuando no único CCZ, quando seriam necessários 60 para combater a leishmaniose e outras zoonoses em toda Aracaju. Isso sem contar com o ambiente precário que se encontra o nosso centro de zoonoses, com portas enferrujadas e armários caindo aos pedaços. Como a gente vai conseguir vencer a doença dessa maneira?”, questionou a vereadora.

“A gente precisa dar atenção especial a esse assunto porque não se trata apenas do bem-estar dos animais, mas também por ser uma questão de saúde pública”, cobrou Kitty Lima aos colegas parlamentares.