Kitty Lima cobra ações da CMA contra a LGBTfobia

por Felipe Máceio, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 27/06/2017 15h20, última modificação 06/12/2017 16h35
A LGBTfobia foi mais uma vez discutida pela vereadora Kitty Lima (REDE), desta vez durante a sessão ordinária desta terça-feira, 27, na Câmara Municipal de Aracaju (CMA). O pronunciamento foi motivado pela morte bárbara da transexual Denise Melo, assassinada com cinco tiros dentro da sua residência no bairro Augusto Franco, no último fim de semana.
 
Para a parlamentar, o crime, ocorrido poucos dias antes do Dia Internacional do Orgulho Gay - comemorado nesta quarta-feira, 28 - reforça a importância de se debater os problemas sofridos por esta parte da população, vítima da discriminação e violência por conta da intolerância de gênero. “Nós já debatamos bastante aqui nessa Casa a importância da Frente Parlamentar sobre a LGBTfobia, e aí eu pergunto: ainda iremos esperar que ocorra outros crimes bárbaros como este para essa Casa se manifestar a fim de combater essa barbárie?”, questionou Kitty.
 
De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), a cada três dias uma travesti ou transexual é morta no Basil e, somente nos seis primeiros meses deste ano, 80 delas foram assassinadas no país. “O Brasil é o país onde mais se mata travestis e transexuais em todo o mundo. Em 2012, por exemplo, uma travesti foi assassinada a pedradas no Centro de Aracaju, vítima da transfobia. O problema é antigo e, infelizmente, vem crescendo ao longo dos anos”, pontuou a parlamentar, que cobrará ações contundentes da CMA quanto ao assunto.
 
“Todos nós vereadores precisamos estar unidos para fortalecer esse debate para que mais pessoas possam entender que esse é um crime de ódio. Matar por preconceito não pode ser admitido", garantiu Kitty, lamentando a morte de Denise.
 
"Neste exato momento, existe uma família e amigos chorando a morte da Denise, uma pessoa bastante conhecida e amada na sua comunidade, por isso não podemos deixar que essa perda se torne apenas mais um número para as estatísticas. Vamos trabalhar para evitar que novos crimes como este ocorram”, defendeu.
 
Sessão especial
 
A LGBTfobia foi tema da sessão especial na CMA requerida por Kitty Lima no mês de maio. O objetivo do encontro foi debater iniciativas de conscientização e políticas públicas que venham a beneficiar esta parcela da sociedade.
 
Na oportunidade, foram apresentados dados da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania que apontam que a cada 25 horas uma pessoa LGBT é morta no Brasil. Nos últimos oito anos, o país - naquele mês - contabilizava 8 mil casos de agressões e 1.560 mortes de pessoas LGBTs, sendo que apenas 10% destes crimes vão parar na Justiça.
 
O levantamento aponta ainda que 90% dos travestis e transexuais têm a prostituição como único meio de sobrevivência, e devido a esta exposição, a expectativa de vida delas é de apenas 35 anos. “É inadmissível que uma pessoa seja desrespeitada e violentada por conta da sua orientação sexual ou de gênero. Esse assunto precisa ser levado às escolas, às comunidades e, principalmente, para dentro das nossas casas, porque o amor e o respeito ao próximo a gente aprende de berço”, disse Kitty Lima.