Iran participa de Audiência Pública sobre o papel da mulher na luta pela democracia

por Abrahão Crispim — publicado 07/03/2018 15h30, última modificação 07/03/2018 16h46
Iran participa de Audiência Pública sobre o papel da mulher na luta pela democracia

Foto: Heribaldo Martins

Na tarde desta quarta-feira, 7, o vereador Professor Iran Barbosa (PT) representou a Câmara Municipal de Aracaju (CMA) na Audiência Pública que tratou sobre “O papel da mulher na luta pela democracia no Brasil e na América Latina”.  A audiência aconteceu na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), como forma de marcar a passagem da Semana da Mulher e atendendo a proposta do mandato da deputada estadual Ana Lúcia (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alese.

Para debater o assunto na condição de palestrante, foi convidada Claudia Giannotti, jornalista, historiadora e coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC). Militante e pesquisadora sobre a memória da história de luta das mulheres, desenvolveu trabalhos na formação e organização das mulheres que atuam em diferentes movimentos. 

Para Claudia Giannotti, a maior discriminação contra a mulher, reconhecida pela Organização Nacional das Nações Unidas (ONU), é a violência de gênero. “É preciso sempre enfatizar que o Dia Internacional da Mulher recorda a luta de mulheres que nos antecederam, e que morreram por isso, por melhores condições de trabalho e equidade de gênero. A violência e a discriminação contra a mulher têm efeitos perversos, atingindo a família e também toda a sociedade. A violência doméstica constitui grave problema de saúde pública e seu enfrentamento encontra-se na pauta de reivindicações de vários segmentos sociais”, pontuou. 

O vereador Iran Barbosa disse que é preciso deixar evidente para toda sociedade que a nossa civilização, o povo brasileiro, ainda é um povo que padece de um modelo social profundamente machista. "Nós ainda sofremos muito com uma sociedade que tem um perfil extremamente machista, por isso é fundamental que nós façamos o debate sobre as questões dos direitos das mulheres, sobre as questões que atingem as mulheres na sua dignidade. E o debate nos ajuda a nos informar, colher dados, informações, mas não só por isso. Aqui o debate permite que nós possamos construir políticas que enfrentem a realidade de desigualdade, exclusão e violência que as mulheres padecem", rassaltou.

Iran destacou ainda que as diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho vão além da desigualdade salarial. Ele citou que, no Brasil e em diversos países da América Latina, as mulheres têm menor participação nas atividades econômicas, são maioria no trabalho informal e entre a população desempregada, e continuam sendo as maiores vítimas de assédio moral e sexual e das doenças laborais. “Isso sem dizer que, coagidas socialmente a assumir o papel de mãe e dona-de-casa, muitas vezes só resta a mulher duas alternativas: depender economicamente de seus pais, irmãos ou maridos ou aceitar trabalhos preconizados, sem nenhuma garantia trabalhista, para poder conciliar o trabalho produtivo com suas tarefas domésticas”, observou.

“Na história da humanidade, as mulheres protagonizaram diversos movimentos de resistência e de luta pela democracia e pelos direitos sociais”, destacou a deputada Ana Lúcia, citando como exemplo a revolução russa, que teve início com a greve de mulheres tecelãs em São Petersburgo, em 8 de março de 1917. “No desafiador momento em que estamos vivendo na América Latina e sobretudo no Brasil, marcado pelo crescimento do conservadorismo e de ameaças à democracia, as mulheres  tem papel fundamental na organização da sociedade para a resistência”.

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