Grande Expediente é marcado por discussões a respeito da gestão municipal, saúde pública e cultura

por Camila Farias - Agência CMA — publicado 05/11/2025 15h45, última modificação 05/11/2025 17h50
Grande Expediente é marcado por discussões a respeito da gestão municipal, saúde pública e cultura

Foto: Luanna Pinheiro

Nesta quarta-feira (5/11), durante o Grande Expediente da 95ª Sessão Ordinária, os parlamentares abordaram temáticas políticas ligadas à saúde, à cultura, à acessibilidade e aos direitos sociais. No grande expediente, os parlamentares têm 15 minutos para utilizar a tribuna.  

O primeiro orador do grande expediente foi o vereador Elber Batalha (PSB). O parlamentar comentou sobre um possível desmonte do agrupamento político da prefeita Emília Corrêa, que teceu críticas ao vice-prefeito, Ricardo Marques. Elber também comentou sobre a exoneração do médico André Sotero, da Prefeitura de Aracaju, e mostrou os comentários de André sobre o assunto em uma rede social, em que ele afirma: “Me afastarei de quem não seguir o caminho do bem, de honrar compromissos de campanha e que seja conivente com atitudes grosseiras de secretários com seus funcionários.” Sobre essa fala, o vereador Elber Batalha disse: “O barco está começando a receber água. Começou com o vice-prefeito e com um profissional que defendia Emília Corrêa, que era o médico André. A prefeita mostra uma incapacidade de diálogo absurda.”  

Por fim, o parlamentar também abordou a temática do Novembro Azul, explicando: “Ano passado, eu perdi um dos meus melhores amigos por câncer de próstata. O Estado tinha uma carência, por não oferecer a biópsia pelo SUS, mas essa perda fez com que eu conhecesse mais o assunto e tornasse isso uma luta. Hoje, os usuários de Aracaju podem fazer a biópsia”, afirmou. Elber também aproveitou para homenagear os profissionais oncologistas que trabalham com esse público.  

O vereador Fábio Meireles (PDT) foi o próximo orador do grande expediente e iniciou seu discurso parabenizando a realização da grande final da Copa Zona Norte Fut 7, ocorrida no dia 1 de novembro. Além disso, o parlamentar mostrou um vídeo da prefeita Emília Corrêa, em que ela atribui à bancada de oposição a paralisação dos ônibus elétricos por três meses. “Após a aprovação do empréstimo nesta Casa, em que todo o parlamento votou favoravelmente, a prefeita só assinou o contrato em setembro com o Banco do Brasil, e os bancos tiveram nota fiscal agora em outubro. Antes, os ônibus rodavam sem placa, porque ainda não havia a liberação da Secretaria do Tesouro Nacional. Sem essa liberação, não há pagamento; sem pagamento, não há nota fiscal ou emplacamento”, disse. Fábio Meireles também afirmou que, anteriormente, a prefeita havia colocado “a culpa” da paralisação no Tribunal de Contas.  

O vereador Professor Iran Barbosa (PSOL) foi o próximo orador. O parlamentar aproveitou seu discurso para falar sobre o “Curta-SE”, que está em sua 24ª edição. “Parabenizo a idealizadora do festival e toda a produção executiva por tentarem manter viva a produção audiovisual e cultural no estado”. O parlamentar reforçou que a programação do evento segue até o dia 9, com a exibição de diversos produtos audiovisuais, de modo gratuito. Iran também ressaltou que, durante a abertura do festival, foi exibido o filme Agente Secreto, que representará o Brasil no Oscar, na categoria de melhor filme internacional. O vereador defendeu que a cultura audiovisual seja cada vez mais valorizada. “Tínhamos, no Centro, no Siqueira Campos, diversas atividades de cinema e cultura. Agora, isso tem se perdido. Precisamos ter mais cultura viva em nossos bairros. 

O vereador Lúcio Flávio (PL) ocupou a tribuna no grande expediente e iniciou saudando o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Em seguida, explicou o Projeto de Lei nº 80/2025, de sua autoria, que determina que, nas esferas oficiais e públicas, prevaleça a língua pátria do país. Segundo o parlamentar, esse projeto ajudaria a evitar termos como “todes” e “mandata”. O projeto foi protocolado na Casa Parlamentar. Lúcio Flávio também teceu críticas à oposição e destacou que o serviço na UBS do Lamarão já foi regularizado e que os médicos passam por avaliação de desempenho. O vereador também falou sobre o vice-prefeito Ricardo Marques.  

“O então vereador Ricardo Marques era independente e não fazia parte de agrupamento. Dentro do grupo, ele não era conhecido. É preciso estar dentro do contexto”, disse. O parlamentar afirmou ainda que “a prefeita não culpou o Tribunal de Contas pela retirada dos ônibus. Ela explicou que, por conta da recomendação do tribunal, era melhor esperar a decisão judicial final”, defendeu Lúcio. O vereador também afirmou que a prefeita resolveu o problema do transporte público na cidade. “Temos ônibus com ar-condicionado, wi-fi, elétricos, sem poluir”, disse.  

O vereador Maurício Maravilha (União Brasil) ocupou o grande expediente e exibiu um vídeo que reflete as dificuldades de uma pessoa com deficiência visual em circular pela cidade, no que se refere à acessibilidade por meio do piso tátil. “Consultei o Código de Obras do nosso município e tem ocorrido um erro constante, o que afeta a circulação dessas pessoas”, afirmou. O vereador cobrou que o Código do Município seja atualizado, incluindo, nas regras de calçadas, questões que ajudem a garantir qualidade e dignidade para todas as pessoas. “Acessibilidade não é privilégio, é direito. Precisamos de uma cidade mais justa, e isso envolve a inclusão”, declarou.  

O vice-presidente da Casa, vereador Pastor Diego (União Brasil), também subiu à tribuna e apresentou informações sobre a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Lamarão. “A secretária de Saúde retirou quatro médicos por baixo desempenho e colocou novos profissionais, de modo que todo o atendimento já está regularizado lá no bairro”, disse. O parlamentar também aproveitou para reforçar seu comprometimento com a saúde mental. “Temos uma lei, de nossa autoria, voltada para a saúde mental no ambiente escolar, seja para alunos ou professores. Reforço também a lei que obriga a instalação de telas nas pontes, pois, infelizmente, temos vivido diversos problemas emocionais.” Diego ainda parabenizou o trabalho das igrejas evangélicas com foco no combate ao suicídio nas pontes e convidou o público para, na próxima quarta-feira (12/11), às 14h, participar da sessão solene em homenagem aos 74 anos da Igreja Quadrangular do Brasil.  

A vereadora Professora Sônia Meire (PSOL) foi a próxima oradora do grande expediente. Sônia iniciou seu discurso explicando: “Minha função é trazer voz às pessoas consideradas minorias. Nosso papel é esse, independentemente de quem esteja na gestão. Portanto, toda denúncia que fazemos é pauta das vozes que cobram direito à saúde pública e à educação. Ontem, fiz uma denúncia que não se resume apenas à unidade de saúde do Lamarão, mas sim a denúncias concretas sobre a secretária de Saúde. A secretária substituiu quatro profissionais sob o pretexto de um serviço sem bom desempenho, mas não sabemos em que condições eles trabalhavam ou quais foram suas falhas”, questionou. Sônia também disse que tem recebido denúncias de pessoas que estão nas filas das Unidades Básicas de Saúde às 4h30 da manhã, na tentativa de marcar uma consulta médica.  

A parlamentar também teceu críticas à secretária de Saúde pelo fato de “ainda termos profissionais da saúde trabalhando por ordem de serviço”. A vereadora trouxe à tribuna um protesto que ocorreu contra o alto índice de mortalidade da população negra no país, incluindo a operação que ocorreu no Rio de Janeiro. Sônia considerou a operação desastrosa e afirmou que o crime organizado não vai mudar com ações como essa.