CMA promove campanha de conscientização do Novembro Azul

por Fernanda Nery - Agência CMA — publicado 19/11/2025 12h24, última modificação 19/11/2025 12h24
CMA promove campanha de conscientização do Novembro Azul

Arte: Redes CMA

A Câmara Municipal de Aracaju (CMA) realizou uma campanha de conscientização para o Novembro Azul, que tem o objetivo de chamar a atenção dos homens para a importância do cuidado com a saúde, em especial a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata.

 

De acordo com a enfermeira da CMA, Maiara Simões, a campanha tem o intuito de incentivar os homens a procurarem o serviço de saúde com regularidade e não somente quando apresentarem sintomas de doenças. “Em geral, a população masculina cuida pouco da própria saúde. Diferentemente das mulheres, os homens procuram menos os serviços de saúde, com foco em prevenção e diagnóstico precoce. O resultado desse comportamento é o aumento de diagnósticos de doenças em estágios mais avançados, o que aumenta o risco de mortalidade.  As razões para a relutância da população masculina em procurar ajuda médica, especialmente para prevenção de doenças, estão relacionadas a barreiras culturais e estigma; medo do diagnóstico e falta de hábito em realizar exames de rotina. O Novembro Azul vem justamente para desmistificar a ideia de que cuidar da saúde é um sinal de fraqueza”.

 

O médico da CMA, Marcelo Motta Garcia, destaca quais são os exames necessários para identificar possíveis alterações na próstata. “Os principais exames utilizados para identificar alterações na próstata são o antígeno prostático específico (PSA), realizado por meio de exame de sangue, e o exame digital retal (toque retal), realizado pelo médico especialista. O PSA alterado pode indicar doenças na próstata, dentre elas o câncer, enquanto o toque retal pode identificar nódulos ou áreas endurecidas na glândula, que também podem indicar malignidade ou outras patologias prostáticas”.

 

Em relação à idade ideal para realização dos exames, o médico salienta as diretrizes da American Cancer Society, mas chama a atenção para aqueles homens que possuem casos anteriores da doença na família. “Segundo as diretrizes da American Cancer Society, homens de risco médio devem iniciar a discussão sobre rastreamento com PSA (com ou sem toque retal) a partir dos 50 anos. Para homens de alto risco (afrodescendentes ou com parente de primeiro grau diagnosticado com câncer de próstata antes dos 65 anos), essa conversa deve começar aos 45 anos. Homens com risco ainda mais elevado (mais de um parente de primeiro grau com diagnóstico precoce) podem considerar iniciar aos 40 anos”.

 

Marcelo Motta ainda enfatiza que os hábitos de vida do indivíduo possuem grande influência no risco de alterações e do câncer de próstata. “A adoção de hábitos saudáveis — incluindo alimentação saudável, atividade física regular, manutenção do peso adequado, cessação do tabagismo e maior consumo de vegetais — reduz o risco de doença agressiva e mortalidade por câncer de próstata, inclusive em homens com alto risco genético”.

 

Para o servidor Euler Alves, a campanha Novembro Azul é de grande relevância para reforçar o lembrete de que o homem precisa ir às consultas e fazer seus exames com frequência. “Eu acho importantíssimo ter um momento que a gente separa no ano para falar sobre isso. Na verdade, a gente tem que estar sempre consciente a respeito do cuidado com a saúde, independentemente de ser homem ou mulher”. Euler ainda destaca que muitas vezes os homens são negligentes com a própria saúde, principalmente pela questão do tema ainda ser um tabu na sociedade. “Na verdade eu já tive um problema no passado que eu precisei fazer esses exames e isso ainda é um tabu para muitos homens, mas no final das contas é uma questão de saúde. Esse tabu precisa ser quebrado, pois o homem também precisa se cuidar.”

 

Já o servidor Anderson Machado, também destaca que a campanha é fundamental para a saúde masculina e que, inclusive, faz todo ano o PSA e, em breve, fará também o exame de toque, que é o mais indicado para identificar alterações na glândula. No caso dele, o fato de ter caso anterior na família fez com que ele se antecipasse e fizesse o rastreio o quanto antes. “Todos os anos eu faço o PSA, que é um exame de sangue que detecta como está a sua próstata e é algo que nós, homens, temos que nos conscientizar que é necessário. Eu ainda não fiz o exame de toque, mas esse ano vou ter que fazer, até mesmo porque, mesmo o PSA dando normal, os especialistas dizem que o exame de toque é o mais seguro para dizer se realmente há alguma alteração ou não, ainda mais que na minha família existem casos”.

 

Anderson ainda faz questão de salientar que o preconceito existente só prejudica a própria pessoa, sendo necessário romper essa barreira. “Essa questão do preconceito é prejudicial apenas para a saúde do homem. Quantos casos nós percebemos de pessoas que, por conta desse preconceito, não fizeram o exame de toque e agora estão aí com 60 ou 70 anos com câncer na próstata? Então eu aconselho a todos que façam os exames para um diagnóstico preciso.”