Cabo Amintas critica SSP pela troca de comandante da unidade da PM em Neópolis
Na manhã desta quinta-feira, 26, o vereador Cabo Amintas (PTB) utilizou a Tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para falar sobre diversos temas, a manifestação dos papiloscopistas, os 30 dias da morte do soldado Genésio e sobre a transferência do major de Neópolis.
Amintas iniciou seu discurso tratando da paralisação dos papiloscopistas de Sergipe. O papiloscopista é o profissional responsável pela identificação humana através das papilas dérmicas presentes na palma das mãos e na sola dos pés, ou seja, pelas impressões digitais. Durante a paralisação da categoria, os representantes realizaram ato público para cobrar que suas atividades sejam respeitadas. Pois, segundo os manifestantes, outros profissionais estão realizando as atividades pertencentes à categoria dos papiloscopistas.
"Ontem encerrou-se o movimento dos papiloscopistas de 48 horas de paralisação. Então ficamos, no estado, dois dias sem a identificação de corpos e sem alguns trabalhos feitos em locais de crimes em virtude do descaso do governo com essa categoria tão importante. Esse é o retrato da segurança pública em Sergipe, já está havendo um apartheid entre a Associação de Delegados da Polícia Civil (Adepol) e o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), agora os papiloscopistaa param por 48 horas", relatou Cabo Amintas.
Depois continuou sua fala mostrando imagens da missa de um mês da morte do soldado Genésio Monteiro, organizada pelos colegas de farda do soldado vítima de assassinato enquanto exercícia sua função. "No dia 25, fez exatos 30 dias do assassinato do soldado Genésio. Esse pai se família perdeu sua vida do jeito que está na fotografia, fardado, representando o estado, isso é uma afronta! Talvez para o Governo do Estado ele seja só um número que já foi substituído. Enquanto isso, o vagabundo que o matou está comendo às custas da população, recebe visita íntima, foi socorrido por viatura policial e passa bem. Mas, e a família do soldado Genésio, o que tem passado, e os dois filhos pequenos? Ou, nós políticos nos unimos para mudar essa situação ou em pouco tempo cada cidadão sergipano terá na sua família uma vítima da violência", disse Amintas com revolta.
Por coincidência, na manhã de hoje, vários vereadores falaram sobre a segurança pública na mesma Tribuna. Onde foi questionada, qual a "mágica" para zerar o número de homicídios nos bairros, como está ocorrendo há 101 dias no Bairro Santa Maria. Ao que Amintas responde "a mágica é que esse governo atenda aos anseios da população e não dos políticos", criticou.
Em seguida, Amintas falou sobre a transferência inesperada do major Márcio que foi afastado da cidade de Neópolis após realizar uma blitz onde recolheu um veículo irregular que estava em posse do filho de um ex-prefeito da cidade. "Fui surpreendido com isso, o major Márcio comandava até ontem a Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) da cidade de Neópolis. Pasmem! Quando o major retornou das férias foi fazer uma blitz para a segurança da cidade, ele abordou uma caminhonete com vidros escuros que pertencia ao filho de um ex-prefeito, mas o carro não tinha a placa e o documento de compra já tinha mais de um mês. O major explicou ao motorista e tomou a atitude de notificar e recolher o veículo, o que diz a lei. Algumas horas depois o major Márcio foi transferido, o retiraram da cidade para desmoralizar, não só a ele mas a toda a Polícia Militar, que parece que tem dono nesse estado. A Polícia Militar de Sergipe tem donos, recebe ordens de paisanos", afirmou o parlamentar.
Alguns moradores de Neópolis gravaram e divulgaram áudios com informações de que estavam livres para transitar de forma irregular e sem capacetes, até para trabalhar, pois não haveria mais blitz. "Quem tem medo de blitz e operação policial é bandido, vagabundo e não o cidadão de bem. Até usaram o nome do Secretário de Segurança Pública, disseram que ele iria puxar a orelha do major, por quê? Por cumprir a lei", respondeu Amintas.
Quem assumirá o comando em Neópolis será o major Franco a quem Amintas pediu com respeito que continuasse a cumprir a lei.
Para concluir, o vereador falou sobre o não cumprimento das leis no estado que aparenta ser um hábito comum às autoridades. "Se a lei nesse estado fosse cumprida até o prefeito Edvaldo Nogueira estava preso, políticos e colegas nossos estariam presos, ou vocês acham que se as coisas fossem sérias em Sergipe o major tinha saído de lá? Isso acontece com qualquer patente, basta enfrentar os poderosos. A Polícia Militar tem a obrigação de devolver o major Márcio para Neópolis, pois ele estava fazendo um excelente trabalho", afirmou.