Breno Garibalde: “O desenvolvimento precisa estar alinhado com o meio ambiente”

por Nayana Araujo, Assessoria de Imprensa do Parlamentar — publicado 18/12/2025 16h50, última modificação 18/12/2025 16h50
Breno Garibalde: “O desenvolvimento precisa estar alinhado com o meio ambiente”

Foto: Luanna Pinheiro

Durante pronunciamento no plenário da Câmara de Aracaju, nesta quinta-feira, 17, o vereador Breno Garibalde (Rede) fez críticas à forma como vem sendo conduzida a obra de macrodrenagem na Zona de Expansão da capital. O parlamentar relatou sua participação em uma audiência pública realizada na região e destacou a insatisfação unânime da comunidade com a execução do projeto.

Segundo Breno, a obra de grande porte, viabilizada por meio de empréstimo aprovado na legislatura passada, teve início de maneira “atropelada”, sem o devido diálogo com os moradores da área. “Pela primeira vez estive em uma audiência pública em que todas as pessoas presentes discordavam da forma como a obra está sendo executada”, afirmou.

O vereador também alertou para a ausência de um licenciamento ambiental mais amplo e para a falta de fiscalização de outros órgãos competentes. De acordo com ele, a intervenção foi autorizada apenas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), sem licença da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), apesar dos impactos diretos sobre o Rio Vaza-Barris.

Para o parlamentar, é inaceitável a construção de uma estação de tratamento de esgoto dentro de área de manguezal. Durante a fala, o parlamentar ressaltou a preocupação da comunidade ribeirinha, especialmente de marisqueiras e pescadores, que já relatam diminuição na quantidade de peixes e mariscos.

Ele também mencionou o temor de prejuízos ao turismo e de contaminação do rio, considerado um dos poucos ainda preservados na capital. “Sabemos o que aconteceu com o Rio Sergipe e o Rio Poxim por conta das ligações irregulares de esgoto. O Rio Vaza-Barris corre o risco de sofrer o mesmo dano”, alertou.

Breno Garibalde informou ainda que seu mandato se colocou à disposição da população para levar o caso ao Ministério Público Federal. Segundo ele, a obra tem sido apresentada como um projeto de desenvolvimento sustentável, mas, na prática, estaria voltada à especulação imobiliária.

O vereador também fez críticas ao descumprimento do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) do município, que, apesar de defasado, não estaria sendo respeitado. Ao final, cobrou a revisão do PDDU e alertou para o risco de novo adiamento do processo, tendo em vista o calendário eleitoral do próximo ano.

“É necessário que o desenvolvimento aconteça, mas de forma alinhada com o meio ambiente e ouvindo quem vive no território. Vamos avançar nessa demanda junto ao Ministério Público Federal para garantir que a população seja, de fato, ouvida”, concluiu.