“A mesma turma que ia às ruas no 7 de setembro ovacionar a ditadura, agora diz que o STF virou ditadura”, diz Sonia Meire
Durante o Grande Expediente, na Câmara Municipal de Aracaju (CMA), nesta terça-feira (02), a vereadora Sonia Meire (PSOL) utilizou a tribuna para destacar o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados pela trama golpista contra o país. Os acusados respondem pelos crimes de organização criminosa, abolição do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.
“Inicia hoje o julgamento do ex-presidente Bolsonaro e do grupo que atuou contra a democracia neste país, com a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro. Esse é um grande momento para o nosso país e para a nossa democracia, que busca por justiça. Essa não é a primeira tentativa de golpe de Estado no nosso país; nós já tivemos mais de sete tentativas de golpes e tivemos um golpe que de fato foi dado, que foi o processo da Ditadura Militar Civil-Empresarial brasileira, financiada pelos Estados Unidos e por empresários deste país. E, para que a justiça seja feita e para que não tenhamos mais tentativas de golpe, é preciso, de fato, ter um julgamento”, disse a vereadora.
Sonia Meire também fez um convite à população: “Dia 7 de setembro nós teremos o ‘Grito dos Excluídos’. Nós vamos às ruas, mas não às ruas que são utilizadas muitas vezes pela extrema-direita, que sai em defesa de Silas Malafaia, Trump e Bolsonaro. Essa mesma turma que geralmente ia às ruas no 7 de setembro saudar a Ditadura Militar, e que agora diz que o STF virou ditadura só porque está julgando os crimes de Bolsonaro, chega até a ser engraçado, né? Então, nós vamos às ruas com professores e professoras, com trabalhadores e trabalhadoras, na luta por cuidar da casa comum, da democracia. Essa luta é todo dia. Nós precisamos nos manter sempre nas ruas, para que possamos construir um país justo, soberano, com todo poder popular na mão do nosso povo”.
A parlamentar finalizou sua fala destacando que, se a extrema-direita não queria que Bolsonaro fosse julgado, ele não deveria ter cometido crimes contra a democracia. “Sei que muitos aqui estão nervosos hoje, mas, se não queriam que Bolsonaro fosse julgado, que ele não tivesse cometido o que cometeu. E eu peço respeito ao atual presidente, que foi eleito democraticamente pelo povo brasileiro. Basta de ameaças à esquerda. Saibam perder: parece que até hoje não aceitam. Saibam aguardar as próximas eleições e ver seus líderes pagarem pelos crimes que cometeram. Nós alertamos a população de que não vamos nunca deixar de lutar pela nossa democracia e pela nossa soberania”.