Vereador Bigode defende que Zona de Expansão permaneça sob administração de Aracaju

por Assessoria de Imprensa do Parlamentar — publicado 17/09/2025 11h00, última modificação 17/09/2025 11h00
Durante audiência pública na Câmara Municipal, parlamentar destacou dificuldades históricas da região e alertou para riscos de divisão territorial com São Cristóvão
Vereador Bigode defende que Zona de Expansão permaneça sob administração de Aracaju

Foto: Luanna Pinheiro

Na audiência pública realizada nessa terça-feira (16), na Câmara Municipal, o vereador Bigode do Santa Maria reforçou a defesa para que a Zona de Expansão permaneça sob a administração de Aracaju. Em seu discurso, o parlamentar fez um resgate histórico das dificuldades enfrentadas pela comunidade do Santa Maria e destacou a importância dos investimentos realizados nos últimos anos, viabilizados por emendas parlamentares e projetos aprovados na Casa.

“Eu moro no Santa Maria há 37 anos. Foram três décadas de espera para que as primeiras obras chegassem, porque havia dúvidas se os gestores estavam investindo em Aracaju ou em São Cristóvão. Enquanto isso, o povo sofria e a população crescia sem infraestrutura”, afirmou Bigode.

O vereador lembrou que, após o projeto e as emendas do deputado Garibalde, obras estruturantes começaram a ser executadas no Santa Maria, na antiga “Terra Dura”, no Mosqueiro e em outras áreas da Zona de Expansão. Contudo, ele ressalta que os desafios ainda são grandes, especialmente diante das enchentes que atingem a região e da demanda crescente por serviços públicos.

Bigode também abordou a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2024 declarou inconstitucional a lei municipal de 1989 que redefinia os limites de Aracaju sem a realização de plebiscito com a população interessada. Com isso, Aracaju terá que devolver cerca de 11% do território para São Cristóvão, em um novo traçado que começa no bairro Mosqueiro e segue até a área de expansão do Conjunto Santa Lúcia, no bairro Jabotiana.

O vereador alertou que essa mudança impactará diretamente o repasse de recursos da União e do Estado, aumentando a arrecadação de São Cristóvão e reduzindo a de Aracaju, além de gerar incertezas para os moradores. Segundo o IBGE, o mapa oficial ainda não foi atualizado, pois aguarda o Governo do Estado concluir o novo desenho dos limites.

Segundo Bigode, o bairro já conta com 14 escolas e seis creches, mas a rede de ensino ainda é insuficiente para atender à quantidade de alunos. “Ônibus ainda precisam coletar estudantes em diversos bairros de Aracaju, porque a estrutura educacional não dá conta da demanda da Zona de Expansão e do Santa Maria”, explicou.

 

Ele também questionou os impactos da indefinição territorial sobre serviços essenciais, como transporte escolar, segurança, saúde e educação. “Como pode a linha cortar no meio de uma casa? Uma parte ser São Cristóvão e a outra Aracaju? Quem vai garantir o direito daquela família?”, questionou.

Bigode reforçou que São Cristóvão, apesar de sua importância histórica, não teria condições de administrar a região. “Não desfazendo da cidade-mãe, mas é impossível São Cristóvão absorver a quantidade de população que hoje existe na Zona de Expansão. Isso só traria mais dificuldades para quem mora lá”, completou.

Ao final de sua fala, o vereador ressaltou que a população da região já vive insegura e até sofre impactos psicológicos diante da ameaça de mudanças no limite territorial. “Têm pessoas com depressão, porque São Cristóvão quer tomar conta do que não é dele. Essa situação é muito difícil para nós que moramos naquela região”, concluiu.