Sonia Meire defende a doação dos terrenos da ocupação do centro administrativo para os moradores
Durante o pequeno expediente nesta quinta-feira (22), a vereadora Sonia Meire (PSOL) utilizou a tribuna na Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para defender a doação dos terrenos da ocupação do Centro Administrativo para as 86 famílias que moram nesse local. A ocupação está localizada há mais de 30 anos em um território que é do poder do Estado, e onde foram construídos diversos órgãos.
“Essa área vem sendo razão de especulação imobiliária e há pouco tempo atrás foi construído um condomínio pela empresa MRV. O condomínio foi construído, a obra foi levantada inclusive com a mão de obra de parte da população que não tem acesso à moradia, moradores da ocupação. Essa ocupação existe há mais de 30 anos, não pode ter reintegração de posse, mas o Governo do Estado até hoje não fez a transferência da área para a população. Ano passado, pela primeira vez, o ex- prefeito de Aracaju recebeu a população e colocou que, assim que o estado repasse para a prefeitura, essa área seria destinada oficialmente para essas pessoas”, disse Sonia Meire.
Existe uma grande quantidade de crianças nesta ocupação. Em 2022, pela primeira vez, essas crianças tiveram acesso à educação pública no Veneza II. O atual vice-prefeito Ricardo Marques já esteve no local, conheceu essas pessoas, gravou vídeo e sabe a situação. Existe um processo entre a prefeitura e o estado, que tem uma condição de entregar essa área livre para ser uma praça, mas não existe área livre. A questão não é judicial, nem jurídica, nem processual, é uma necessidade política.
“Vamos até as últimas consequências, inclusive fazendo uma representação no Ministério Público, porque é uma questão de dignidade e de direito humano, direito à moradia, ao saneamento básico, à água. E nós vamos procurar mais uma vez, eu já entreguei uma carta ao governador em 2023, e procurarei novamente ele e a secretária de assistência social, além da prefeitura municipal e quem mais for necessário para que possamos tentar resolver esta situação e dar essas pessoas o que é lhes é um direito básico”, finalizou a vereadora.