Ricardo de Lima do Conal é o mais novo cidadão aracajuano

por George W. Silva, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 07/06/2017 15h35, última modificação 01/12/2017 14h53
Ricardo de Lima do Conal é o mais novo cidadão aracajuano

Heribaldo Martins

Na tarde da terça-feira, 6, a Câmara Municipal de Aracaju (CMA) concedeu o título de Cidadania Aracajuana ao paraibano Antônio Ricardo de Lima, presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil – Conal – na Arquidiocese de Aracaju. O título foi de iniciativa do vereador Iran Barbosa (PT). Além de familiares e amigos do homenageado, diversas autoridades religiosas, políticas e da sociedade civil prestigiaram a solenidade, entre as quais, Dom João José Costa, arcebispo metropolitano de Aracaju; Carlos Augusto Alcântara Machado, corregedor-geral do Ministério Público de Sergipe; Sérgio Barreto Morais, da Defensoria Pública de Sergipe; e Henri Clay Andrade, presidente da OAB/SE.

“Sem dúvida, a qualidade das representações presentes no plenário desta CMA demonstra o carinho que todos têm pelo nosso Ricardo do Conal e também a grandeza deste mais novo cidadão aracajuano”, disse Iran Barbosa.

Ao justificar as razões que o levaram a apresentar o Projeto de Decreto Legislativo concedendo o título de Cidadania Aracajuana a Ricardo Lima, o vereador Iran Barbosa fez questão de abrir um parêntese para resgatar um dos momentos de sua vida em que a presença do leigo e do Conal foram determinantes. “Quando eu estava à frente da direção do Sintese, num momento de muita dificuldade que o magistério sergipano enfrentava, lutando pela aprovação do nosso Plano de Carreira e Remuneração, e essa luta findou num movimento paredista que se alongou bastante, exigindo muito enfrentamento e onde tivemos cortes de salários, você, Ricardo, representando o Conal, naquele momento duro, teve um papel destacado, intermediando o contato com a Igreja e ajudando nas negociações com o Governo do Estado. Na sua pessoa, ali me senti acolhido e ali nos aproximamos mais”, contou Iran.

Portanto, fico muito feliz de ter sido o autor da propositura que lhe concede o título de cidadão aracajuano. Aliás, você é o homenageado, mas esta homenagem é estendida a todos os aracajuanos, que passam a contar com você como um conterrâneo. Por toda a sua contribuição à nossa cidade, para todos nós, é uma imensa satisfação tê-lo como irmão”, enfatizou.

Exemplo de vida e de luta

O mais novo cidadão aracajuano, visivelmente emocionado, agradeceu pela concessão do título de Cidadania Aracajuana e não escondeu a felicidade por ter recebido a honraria. Em seu discurso, fez um relato emocionante da infância difícil nos canaviais da zona rural de Campina Grande (PB), em meio à pobreza e à completa falta de perspectivas para a família. Terceiro de uma família de 17 irmãos, Ricardo Lima fez questão de detalhar o passado de extrema necessidade, vivendo numa casa de palha até os pais e demais irmãos não terem mais condições de sobrevivência e seguirem para a cidade, deixando o menino, com apenas 5 anos, com a avó. “Nesse período, além da fome, peguei todas as doenças que vocês puderem imaginar. Sou um sobrevivente”, afirmou, deixando todos os presentes emocionados.

Aos 9 anos, a família mudou-se para a capital, João Pessoa, e, aos 13, Ricardo começou a trabalhar como doméstico em uma residência, aonde ficou até os 17 e onde foi, pela primeira vez, alfabetizado por uma das filhas do casal que o acolheu. Depois, trabalhou em um armazém, fazendo 'carregos' e, finalmente, aos 18 anos, passou a trabalhar como servente em um banco. “Foi então que disse para mim mesmo: daqui só saio como gerente. Comecei a estudar muito e tive 18 promoções, chegando à gerência”, lembrou.

E foi como gerente-geral do Banco América do Sul que Ricardo Lima chegou a Aracaju, em 24 de Julho de 1983, onde atuou por 24 anos, depois passando pelos bancos Rural e Mercantil do Brasil, onde permaneceu até 2013, sempre com a mesma função de gerência.

E nesses quase 34 anos em Aracaju, mesmo com a vida profissional muito ativa, Ricardo Lima encontrou tempo para se aproximar e participar de vários movimentos da Igreja Católica, assumindo a presidência do Conal por três mandatos sucessivos, além da direção da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas de Sergipe, onde permanece até hoje.

À frente do Conal, Lima participou de muitas ações populares: contra a Alca, em defesa do Rio São Francisco, na coleta de assinaturas para aprovação das leis de iniciativa popular de Combate à Corrupção Eleitoral e Contra a Compra de Votos (Ficha Limpa), pela Reforma Política, além da participação em todas as edições do Grito dos Excluídos, entre muitas outras atividades. “E isto é um pouco da minha vida. Estou muito feliz, por mim e por todos vocês. Só tenho que agradecer por este título”, concluiu.

Para o arcebispo metropolitano de Aracaju, Dom João José Costa, o título é mais que justo, em função das tantas contribuições e serviços prestados por Ricardo Lima à cidade e ao povo de Aracaju. “Mesmo sendo paraibano, Ricardo sempre se identificou muito com o povo sergipano e aracajuano. É um cristão muito autêntico, comprometido com um mundo novo e que vê Cristo em cada irmão, principalmente naquele irmão abandonado e sofrido, além de ser alguém que tem um diálogo muito grande com os movimentos sociais, com as autoridades políticas e também com as outras religiões. Só temos que agradecer ao vereador Iran Barbosa pela iniciativa desse título a Ricardo Lima”, disse Dom João.