Reserva extrativista da mangaba é defendida pela vereadora Sonia Meire
Nesta quarta-feira, dia 15, a vereadora Professora Sonia Meire (PSOL) utilizou a tribuna na Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para denunciar o descaso e a falta de compromisso da Prefeitura Municipal de Aracaju com a reserva extrativista da mangaba, no bairro Santa Maria. A parlamentar destacou que, na antiga gestão, foi assinado um decreto no qual o conselho gestor da reserva tem apenas a participação de um representante dos catadores e, além disso, os extrativistas reivindicam a mudança do nome da reserva, para que ela seja chamada de Reserva Extrativista Missionário Uilson de Sá.
“Queria começar primeiro denunciando e ao mesmo tempo fazendo um apelo. Esta é uma foto da prefeita Emília Corrêa, no mês de março, se não me engano, da primeira vez que ela esteve na comunidade extrativista da mangaba, no bairro Santa Maria, e na foto ela está com a presidente da associação, Aliene Santos. Desde então, a luta da comunidade é para que a prefeita revogue o decreto do gestor anterior, que não reconhece a comunidade nas suas diferentes dimensões e natureza, e que a nova gestão elabore um novo decreto. Depois dessa visita, já tivemos duas reuniões no Ministério Público Federal, um encontro direto com o procurador do município e também reuniões com a secretária de meio ambiente. Pasmem, até hoje, o decreto não foi revogado, nem um novo decreto foi assinado. E eu quero aqui fazer um apelo ao procurador e à secretária, e também comunicar a prefeita que o seu compromisso com a comunidade, até hoje não foi materializado. O que está faltando para o decreto ser assinado e legitimar o reconhecimento dessa comunidade como comunidade extrativista? Inclusive, para que elas façam parte do conselho e decidam como será a gestão da única reserva urbana em Aracaju”, disse a vereadora.
Em reunião com o Ministério Público Federal, no mês de maio, foi firmado um acordo entre a Prefeitura de Aracaju e os catadores para que a prefeita garantisse um novo decreto, com o reconhecimento das mangabeiras como comunidade tradicional e do seu direito à gestão autônoma da reserva, o que até hoje não aconteceu. A reserva já foi bastante devastada e teve, só nos últimos anos, 400 pés de mangaba derrubados para a construção de um conjunto residencial, ainda na gestão de Edvaldo Nogueira.
“Já tentaram matar, por diversas vezes, esse pulmão vivo da nossa cidade por conta da especulação imobiliária e por medidas irresponsáveis do antigo gestor. O residencial poderia ter sido construído em outro lugar, sem derrubar um pé de mangaba, mas não foi o que foi feito. A nossa luta continuará firme na defesa da comunidade extrativista da mangaba, dessas famílias que resistem nesse território, famílias que nos alimentam e garantem a reprodução desta espécie que está em extinção no nosso estado. Nós precisamos defender esta reserva todos os dias, porque ela está ameaçada, e também as diversas áreas de mangaba nos demais municípios do nosso estado. Nós precisamos lutar e fica aqui meu apelo ao procurador e a secretária, porque todos os prazos já foram perdidos, e é preciso que ,neste mês, seja anunciado e que a população seja chamada, fazendo o decreto”, finalizou Sonia Meire.