Projeto Acalanto Sergipe é tema da Tribuna Livre na Câmara

por Danilo Cardoso — publicado 12/11/2019 13h52, última modificação 12/11/2019 13h52
Projeto Acalanto Sergipe é tema da Tribuna Livre na Câmara

Foto: César de Oliveira

Durante a 94ª Sessão Ordinária desta terça-feira, 12, na Câmara Municipal de Aracaju (CMA), a presidente do Projeto Acalanto Sergipe, Erika Cristina Moura Fernandes, participou da Tribuna Livre onde abordou sobre a ONG e a realização de 25º ENAPA, maior encontro nacional sobre adoção do Brasil.

Em seu pronunciamento, Erika revelou dados da instituição e os números de acolhidos em todo o Estado. “Em todo o Estado possuímos 39 unidade de acolhimento que abrigam 287 crianças, falando em números atuais, porque este dado é muito volátil porque a todo o momento entram e saem crianças. Possuímos 40 voluntários e estamos atuando em Aracaju em quatro anos e nosso objetivo é que as crianças acolhidas encontrem uma família”.

A presidente da instituição também revelou seu descontentamento com o sistema judiciário. “O sistema judiciário é totalmente burocrático o que dificulta o trabalho da instituição. Nosso trabalho é tentar que as crianças voltem para a família natural reestruturada ou para uma outra família. No ano passado tínhamos acesso judiciário e tínhamos acesso as informação sobre aqueles jovens. Acompanhávamos as audiências com psicólogos e assistência social, capacitados na área de adoção, e o problema é que algumas portas foram fechadas por conta do rodízio dos juízes”.

A representante da Acalanto ainda revelou que Aracaju possui uma unidade destinada somente para adolescentes. “Temos um abrigo de adolescente em Aracaju, que o responsável tem que passar por uma porta e fechar outra, lembrando o sistema adotado pelos presídios. Isto acontece porque eles querem evadir. São 19 adolescentes na unidade”, finalizou Erika Cristina.

ENADA

Outro tema abordado na Tribuna pela presidente da Acalanto foi a realização de um Congresso Brasileiro sobre adoção. “No Brasil existe mais de 180 ONGs registradas, onde também somos, e anualmente realizamos um Congresso onde é debatido o tema da adoção. Aracaju sediará o maior encontro nacional sobre adoção aberto ao público. Precisamos que toda a divulgação sobre o tema para mobilizar a sociedade para que elas enxerguem estas crianças”.

Vereadores

O vereador Américo de Deus (Rede) falou que o tema é totalmente relevante. “São quase três anos que estou na Câmara e realmente este tema bato palma. Nada contra os outros temas, mais viralizou as ONGs para cuidar de animais e esqueceram das crianças. Aqui estamos vendo o amor verdadeiro, que é o amor ao próximo, onde cuidam de crianças que necessitam de ajuda. Isto é uma vergonha que pessoas usam ONGs de animais para ganhar visibilidade e não fazem  nada pelas crianças”.

Lucas Aribé (PSB) afirmou que ficou tocado com o assunto. “Fico tocado e feliz em saber que existem pessoas neste mundo que querem fazer o bem. Como foi destacado, tem gente que não olham para as crianças porque elas não votam. O abandono deste segmento é cruel. As ONGs nascem pela ineficiência do Poder Público, sigam em frente e que Deus continuem norteando seus caminhos”.

A vereadora Emília Côrrea destacou que o nome da ONG já possui força. “O nome é uma variação de acalento, que cuida e proporciona amor. O nome ONG já mostra a ineficiência do Poder Público e o sem fins lucrativos mostra que estas pessoas não querem nada, querem somente cuidar e transmitir amor. Em vocês, o coração destas crianças tem esperança e vocês são a família delas”.

Palhaço Soneca parabenizou os integrantes do Projeto pelo trabalho de amor ao próximo desenvolvido. “Estou muito feliz porque sou morador de uma comunidade muito humilde. Só Jesus mesmo para retribuir de amor de vocês. Estou falando de amor ao próximo, quando vejo mãe que abandona seus filhos e tanta barbaridade neste mundo, ainda existem pessoas com o coração puro como vocês”.

Elber Batalha relatou a experiência de ter trabalhado como defensor público na Vara da Infância. “Foram os dois meses mais estressantes de minha vida foi quando substituir um defensor na 16ª Vara. Enquanto os governos não resolverem as questões sociais a violência vai continuar crescendo. Nesta minha jornada, onde são vários anos trabalhando na Vara criminal, o período mais estressante foi na 16ª Vara e o grande motivo destes abandonos das crianças são as drogas, onde os pais viram usuários e abandonam os filhos para perambular nas ruas”.

O vereador Cabo Didi também parabenizou o trabalho desenvolvido pela instituição.