Linda realiza Ciclo de Formação Política “Democracia e Autoritarismo na História Recente do Brasil”

por Laila Batista, Assessoria de Imprensa da parlamentar — publicado 26/04/2021 11h14, última modificação 26/04/2021 11h14
Linda realiza Ciclo de Formação Política “Democracia e Autoritarismo na História Recente do Brasil”

Foto: Assessoria da parlamentar

A Mandata da vereadora Linda Brasil (PSOL), realizou na manhã deste sábado, 24, mais um potente Ciclo de Formação Política “Democracia e Autoritarismo na História Recente do Brasil”, com a mediação de Linda Brasil e conduzido pela doutoranda em Sociologia e professora Aline Passos, pelo professor de Filosofia Romero Venâncio e o advogado operário e professor Henry Clay.

Aline Passos trouxe importantes apontamentos para refletir esse momento atual de autoritarismo a partir de uma análise de como os movimentos sociais, especificamente, o movimento negro já vinha denunciando as diversas formas de extermínio, através de um genocídio praticado pelo Estado. Aline que também é militante abolicionista, resgata que a situação de violência que as pessoas em situação carcerária vivenciam atualizam as formas de opressão coloniais. “São os corpos que se faz o que se quer. Esse sistema é um processo de constante atualização desse registro colonial, o sistema penitenciário atualiza o regime escravocrata.”, refletiu.

Linda coloca que é muito grave o que está acontecendo nos presídios principalmente nesse período de pandemia, a omissão dos dados de contaminados/as/es e da distorção de dados divulgados, porque a forma como o governo vem conduzindo, inclusive nas propagandas, transmite a falsa sensação de que a situação da pandemia está controlada, quando na verdade não está.

O professor Romero Venâncio, militante histórico, narrou sua trajetória de militância, passando pelas igreja, sindicato e movimentos sociais. Romero observou ao longo, dos últimos acontecimentos no país, a fragilidade das instituições do Estado, e o quanto é assombroso a forma como Bolsonaro chegou a presidência, mesmo sem nenhuma capacidade para assumir o cargo e sendo tão reacionário.

Falou também da importância de ocupações de espaços na política, citando como exemplo, Linda dentro da Câmara Municipal de Aracaju. São essas alternativas que podem trazer transformações a nossa realidade. “É importante refletir como podemos colaborar para esses espaços, como isso pode ser importante para o PSOL, para a Câmara de Vereadores. Porque Linda traz o rompimento até na linguagem normativa, quando denomina de mandata.”, considerou.

O educador elabora perspectivas importantes para seguir em frente, para além desse atual momento do Governo Bolsonaro, que através dos movimentos sociais e de parlamentares como Linda Brasil, o movimento para a saída de Bolsonaro tenha força.

Linda agradeceu e endossou a fala de Romero, acrescentou o quanto o espaço legislativo reproduz diversas formas de opressão e silenciamentos, mas a importância de tensionar tais espaços para provocar rupturas necessárias. “Vemos que essa estrutura é muito arcaica, que nas sessões se lê os textos do velho testamento, apesar do Estado ser laico. Isso reflete essa estrutura que é dominada por homens brancos, héteros e cis, e a fragilidade das instituições.”, ressaltou.

Linda ainda analisa as mudanças políticas que aconteceram após a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), mulher negra, lésbica e periférica comprometida com a luta dos direitos humanos.

“A execução de Marielle Franco é o exemplo dessa democracia frágil, e ao mesmo tempo foi o despertar para que tantas pessoas negras, LGBTQIA+, mulheres, indígenas, conscientes do seu papel transformador na sociedade ocupassem os espaços políticos.”, expressou.

O advogado operário, e militante do PSOL, Henry Clay, iniciou sua fala destacando a importância do PSOL para esse novo cenário onde os segmentos até então invisibilizados, começaram a ocupar os espaços legislativos e propor mudanças estruturais.

A despeito do cenário de violência, autoritarismo e opressão do país, o advogado reforça como a democracia brasileira é elitista e sempre garantiu o espaço das bordas para a população. Os direitos sociais no Brasil sempre foram mitigados. Os movimentos sempre foram criminalizados.

“Direito de greve no país é uma falácia, é para inglês ver. Existiram casos que antes mesmo da entidade sindical declarar a greve, já havia sido decretado ilegalidade da greve, no entanto está na constituição que é um direito constitucional dos trabalhadores declararem greve.”, pontuou.

Por fim, Linda retoma como apesar do Brasil construir uma imagem ao longo da história de ser um país que respeita a sua diversidade populacional, isso não reflete a realidade, uma vez que o Brasil está entre os primeiros nos rankings de violência de gênero, LGBTQIA+, população negra e outros segmentos.

Quem não acompanhou o debate ao vivo, pode acessar o canal YouTube de Linda Brasil ou clicar no link: https://youtu.be/8heXR3jgBp0.

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