Limites territoriais em jogo: vereadores de Aracaju cobram solução urgente para impasse com São Cristóvão

por Mônica Pena - Agência CMA — publicado 14/10/2025 15h45, última modificação 14/10/2025 16h13
Audiência Pública reúne lideranças políticas e comunidade para discutir insegurança administrativa que afeta milhares de moradores há mais de 25 anos
Limites territoriais em jogo: vereadores de Aracaju cobram solução urgente para impasse com São Cristóvão

Foto: China Tom

A discussão sobre os limites territoriais entre Aracaju e São Cristóvão voltou a movimentar o cenário político sergipano. Nesta segunda-feira (13), a Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) realizou uma audiência pública que reuniu deputados, vereadores e moradores da região afetada por um impasse que já dura mais de duas décadas. O debate, proposto pelo presidente da Alese, deputado Jeferson Andrade (PSD), teve como objetivo buscar soluções para o conflito que, desde a sanção da Lei Estadual de 2000, baseada em estudo do IBGE, ainda gera insegurança jurídica e administrativa entre os dois municípios.

A área em disputa, localizada na zona de expansão de Aracaju, vive uma indefinição que afeta diretamente o acesso da população a serviços públicos essenciais e investimentos estruturais. O encontro contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Aracaju, vereador Ricardo Vasconcelos (PSD), dos vereadores Selma França (PSD), Breno Garibalde (Rede), Lúcio Flávio (PL), Pastor Diego (União Brasil) e Sargento Byron (MDB), além de deputados estaduais, federais e líderes comunitários.

Durante o evento, o presidente do Legislativo aracajuano, Ricardo Vasconcelos, fez um discurso firme e equilibrado, defendendo que o tema não seja reduzido a uma disputa política, mas tratado como uma pauta de justiça, planejamento e respeito à população.

“É importante que a gente entenda as reais necessidades do nosso povo. Essa área que está em discussão sempre foi de Aracaju e as pessoas se identificam como do município de Aracaju. O município já fez diversos investimentos que somam algo em torno de 600 milhões de reais”, destacou Ricardo. Ele defendeu ainda a realização de um plebiscito popular, para que os próprios moradores decidam seu pertencimento territorial.

Outros vereadores também se manifestaram

O vereador Pastor Diego ressaltou os impactos que uma eventual mudança territorial pode gerar:

“A principal questão são os impactos que uma possível mudança pode acarretar nos serviços públicos que são prestados naquela área. É uma situação que requer segurança jurídica. E que requer de fato que a população seja ouvida.”

Já o vereador Breno Garibalde destacou a angústia vivida pela população local:

“A divisão territorial entre os dois municípios é uma questão tão complexa e que afeta tantas pessoas que estão preocupadas sem saber onde elas estão. Se estão em Aracaju ou São Cristóvão. O que a gente espera é que a gente possa sair daqui com encaminhamentos e que a população possa ser ouvida.”

Com discursos alinhados à defesa dos interesses da população, os vereadores de Aracaju deixaram clara a necessidade de respeitar a identidade e o pertencimento dos moradores que, há mais de 25 anos, vivem à sombra da indefinição territorial. O consenso entre as lideranças é de que a solução deve vir pelo diálogo, pela técnica e pela vontade popular — e não por disputas políticas ou administrativas.