Iran participa de Sessão Especial que discutiu o combate à LGBTfobia

por George W. Silva, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 15/05/2017 16h25, última modificação 23/11/2017 11h01
Iran participa de Sessão Especial que discutiu o combate à LGBTfobia

Assessoria do Parlamentar

Em Sessão Especial realizada na Câmara Municipal de Aracaju (CMA), nesta segunda-feira, 15, antecipando o Dia Internacional de Combate à Homofobia, celebrado em 17 de maio, o vereador Iran Barbosa (PT), destacou a importância do Poder Legislativo da capital abrir as suas portas para debater a 'LGBTfobia' e da atual Administração Municipal promover políticas de defesa dos direitos humanos e de garantia da cidadania às minorias. 
 
A sessão foi proposta pela Vereadora Kitty Lima (Rede), e contou com as participações de Paulo Victor Melo, Coordenadoria de Promoção da Equidade da Diretoria de Direitos Humanos da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc); de Marcelo Lima, presidente da Associação de Defesa dos Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais do Estado de Sergipe (Adhones); e de Linda Brasil, militante transfeminista. “Estamos tentando construir outros tempos aqui na CMA, já que na legislatura passada predominou uma significativa dificuldade para o tratamento dessas pautas, sobretudo no que tange ao forte preconceito, de toda natureza, por parte de alguns parlamentares. E a sessão de hoje fica marcada pelas contribuições importantes das três falas que aqui acompanhamos. Aproveito para parabenizar a atual gestão municipal pela criação de uma Coordenadoria de Promoção da Equidade dentro da Diretoria de Direitos Humanos da Semasc. Trata-se de um marco no processo de construção e de avanço no que queremos para a nossa cidade. Não queremos Aracaju pensada para alguns, mas para todos”, defendeu Iran. 
 
Em sua fala, o parlamentar destacou, ainda, o papel fundamental que cumpre os movimentos sociais que defendem os direitos LGBT's, lembrando que dentro do Poder Público há forças que atuam, também, na perspectiva de tolher as iniciativas de defesa das minorias. “Daí o papel dos movimentos sociais de reivindicar e lutar pela garantia dos direitos dos LGBT's”, ressaltou.
 
Preconceitos na sociedade
 
Para Iran Barbosa, uma parte dos preconceitos contra os LGBT's tem muito a ver com o conservadorismo inerente à formação da sociedade brasileira. Mas tem uma parcela dos preconceitos contra essas comunidades que se origina na ignorância das pessoas. “São preconceitos de pessoas que, talvez, não tenham parado ainda para refletir, analisar e entender a realidade para compreender melhor as diversidades. Falta leitura sociológica, antropológica, psicológica e histórica, inclusive àqueles que se colocam para representar a população. Não podemos aceitar que esses preconceitos se naturalizem por falta de conhecimento ou porque querem fazer o debate a partir do senso comum. Quem legisla e define os direitos e obrigações para a vida do povo precisa procurar entender um pouco mais sobre as especificidades que caracterizam o universo LGBT. É preciso ler, estudar, entender e ouvir os representantes dos movimentos para produzir o que de melhor se puder em termos de legislação sem carga de preconceitos”, defendeu Iran.
 
O vereador petista aproveitou para colocar dados fornecidos pela Semasc que apontam que 90% das travestis e transexuais têm a prostituição como único meio de sobrevivência; 35 anos é a expectativa de vida de travestis e transexuais pela exposição à violência; que a cada 25 horas uma pessoa LGBT é morta no Brasil; que apenas 10% dos crimes contra a população LGBT vão para a Justiça; e que cerca de 800 assassinatos de pessoas LGBT's aconteceram nos últimos 8 anos no Brasil. “Não dá para termos acesso a esses dados e fazermos de conta que eles não significam nada. Não são números mortos; eles nos dizem muitas coisas. Todo dia morre um LGBT no Brasil. É algo que nos assusta. Não são meros números, mas são dados que devem impactar na nossa reflexão e na nossa produção como legisladores. Portanto, parabenizo o movimento e continuaremos firmes ajudando nessa luta”, disse o parlamentar, aproveitando para notificar que a Câmara de Aracaju aprovou e já foi publicado no Diário Oficial do Município projeto de sua autoria, criando a Frente Parlamentar em Defesa da Cidadania LGBT, para agregar todos os vereadores que querem se somar à causa.