Fábio Meireles faz reflexão a respeito do crescimento dos casos de feminicídio

por Eduardo Costa e Alexandra Brito — publicado 11/03/2020 16h03, última modificação 11/03/2020 16h03
Fábio Meireles faz reflexão a respeito do crescimento dos casos de feminicídio

Foto: César de Oliveira

O vereador Fábio Meireles discursou no Pequeno Expediente da 9ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), nesta quarta-feira, 11, no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese). Ele utilizou o seu espaço para falar sobre o feminicídio e os casos em Sergipe.

Fábio trouxe vários gráficos com dados a respeito do feminicídio. Ele destacou que tais crimes acontecem em maior frequência contra mulheres mais jovens e dentro de casa, onde deveria ser o local de proteção. Ele lamentou tais dados e pediu mais atenção para o tema.

“Infelizmente temos acompanhado esse crescente aumento de mortes das mulheres. No gráfico 1, temos as vítimas de feminicídio por faixa etária, e da faixa entre 20 e 34 anos é onde acontece a maior parte dos crimes. O relacionamento muitas vezes precoce, não tem estabilidade, não se sabe quem é a pessoa, e infelizmente acaba se encontrando pessoas que não tem o verdadeiro amor. E na primeira decepção, a solução é a morte. No gráfico 2, encontramos as vitimas por local de morte. E 65,6% dessas mortes acontecem na residência, em casa. Nem digo que é no lar, porque no lar o amor é construído. E 88% dos autores são os próprios companheiros ou ex-companheiros, pessoas que tiveram um relacionamento, muitas vezes geraram filhos e acontecem essas tragédias”, disse Fábio.

O parlamentar complementou destacando as taxas do feminicídio no estado de Sergipe, que mostram um crescimento dos casos. Segundo ele, o nosso estado é o segundo em esses crimes no Nordeste, perdendo apenas para Alagoas. Por fim, Fábio Meireles disse que as pessoas precisam também repensar seus conceitos de relacionamento, para que tais situações comecem a ser evitadas.

“Em Sergipe, em 2017 a taxa era de 0,8 mortes a cada 100.000 mulheres, em 2018 passou para 1,4 e em 2019 alcançou 1,8. Sergipe saiu de nove para 21 feminicídios nesse tempo. Ao todo no Brasil foram contabilizados 1.314 casos. O gráfico 4 mostra as taxas no Nordeste, e em percentual, Sergipe só perde para Alagoas, que tem a maior do Brasil, e está com a mesma taxa que a Paraíba. É hora de os homens repensarem o que é um relacionamento, saber com quem se relacionam para diminuir essa taxa. Isso significa que o amor não está existindo, mas apenas um relacionamento físico que traz esses resultados. A paixão é uma loucura, e é melhor esperar o momento certo para se relacionar com aquela pessoa que você acha certa, e não se relacionar com pessoas estranhas, para não gerar esse tipo de incidentes”, afirmou o vereador.