“Medidas meramente punitivistas e criminalizadoras contra crianças e adolescentes só agravarão violência no país”, diz Professora Ângela Melo

por Paulo Victor Melo - Assessoria de Imprensa da Parlamentar — publicado 28/03/2023 08h52, última modificação 28/03/2023 08h52
“Medidas meramente punitivistas e criminalizadoras contra crianças e adolescentes só agravarão violência no país”, diz Professora Ângela Melo

Foto: Gilton Rosas

“Como professora, como pessoa que trabalhou a vida inteira na escola pública, me dói muito esse tipo de notícia. Escola deve ser ambiente de diálogo, de construção de ideias e de respeito”.

Foi com essas palavras que a vereadora Professora Ângela Melo (PT) lamentou, na manhã desta terça-feira, 28/03, a morte da professora Elisabete Tenreiro, vítima de ataque a facas por um estudante, na escola estadual Thomazia Montoro, em São Paulo.

De acordo com informações divulgadas pela Polícia, o estudante anunciou em uma rede social a intenção de atacar pessoas na escola, o que, no entendimento de Ângela, demonstra a gravidade da banalização dos discursos de ódio no país.

“Lamentavelmente foi consolidada nos últimos anos uma cultura do ódio e da intolerância, alimentada por discursos políticos e impulsionada nas redes sociais. O resultado é um infeliz cenário em que até mesmo crianças e adolescentes se sentem incentivadas a agir com violência perante o outro”, disse.

Ao mesmo tempo, a vereadora alerta para a necessidade de “não aceitarmos discursos que propõem medidas meramente punitivistas e criminalizadoras contra as nossas crianças e adolescentes, que apenas agravariam a violência em nosso país”.

Um exemplo dessas medidas ineficazes e criminalizadoras é a redução da idade penal. “Os países que reduziram a idade penal não tiveram qualquer redução nos índices de violência. Ao contrário, o que aconteceu em muitos lugares foi um aumento da violência e do encarceramento. O Brasil tem o Estatuto da Criança e do Adolescente, que já prevê uma série de medidas socioeducativas. Precisamos fortalecer o ECA e pensar alternativas na área da educação, da assistência social e da cultura”, defende Ângela.