Ato histórico: movimentos sociais conduzem Linda Brasil na primeira sessão presencial

por Laila Oliveira, Assessoria de Imprensa da parlamentar — publicado 26/10/2021 11h45, última modificação 26/10/2021 11h58
Ato histórico: movimentos sociais conduzem Linda Brasil na primeira sessão presencial

Foto: Assessoria da parlamentar

A parlamentar, que é a primeira mulher trans eleita no estado e a vereadora mais votada do município, reforçou seu compromisso com as pautas que forjaram sua luta por justiça social, a defesa pelos direitos humanos, pelo enfrentamento às diversas formas de violência e opressão e pela vida da população LGBTQIA+, da população negra, das mulheres, das trabalhadoras e dos trabalhadores e outros segmentos vulneráveis e invisibilizados da sociedade. Linda falou sobre a emoção de receber o apoio da população que tem apoiado e construído a mandata de forma coletiva.

“Um dia histórico para nós, mulheres trans, travestis, e militância lgbtqia+, feminista e da esquerda socialista de Aracaju que, aliás, hoje fez questão de realizar um cortejo e me trazer até aqui, porque são essas pessoas a fonte de minha força e da minha motivação na luta por respeito às maiorias que são minorizadas por este sistema opressor e por justiça social. Muito obrigada pelo carinho, pelo cuidado e apoio de sempre”, expressou.

A parlamentar e militante ressaltou que esse momento representa um ato de esperança diante do que a população tem enfrentado na luta contra a pandemia de covid-19 e que, infelizmente, já tirou a vida de cerca de 606 mil pessoas em todo o brasil, 6.026 vidas em nosso estado, sendo 2.426 só aqui em Aracaju. Mortes que poderiam ter sido evitadas com a aquisição de vacina para toda população já no fim do ano passado, a criação de um sistema de proteção social com renda básica e um projeto discutido amplamente com os diversos setores da sociedade e com a participação intensa dos cientistas e pessoas comprometidas com o bem comum. Mas, infelizmente, o presidente da república colabora com o vírus e sustenta uma política negacionista que se baseia em normalizar as mortes e ser contra as recomendações dos/as especialistas da área. Pra lembrar destas vítimas deste cenário de genocídio ela mencionou uma querida amiga que perdeu a vida para a COVID-19.

“Gostaria de solicitar ao presidente que esta sessão fosse registrada em memória da minha companheira de luta e mãe pela diversidade, Tia Neide Silva e de todas as vítimas da covid-19 e da política de morte do governo federal. A alegria e a esperança que expressamos nesta manhã é a mesma de janeiro, quando tomei posse como vereadora de Aracaju, e me comprometi com a defesa do conjunto da classe trabalhadora em sua diversidade e assim tenho feito. Já são 10 meses de mandata, construída a partir de uma concepção política coletiva, participativa e popular, que questiona as estruturas de instituições reacionárias e conservadoras, como a nossa própria língua portuguesa que universaliza nossas corpas e vivências a partir de uma perspectiva masculina”, lembrou.

Linda reforçou que a sua eleição é parte de um movimento amplo da sociedade, de pessoas de todas as idades, posições sociais que anseiam por mudanças, que respeita e valoriza a diversidade enquanto riqueza da humanidade.

“Por tudo isso, a nossa atuação legislativa é pautada a partir da escuta ativa da população. E, nesse sentido, já protocolamos cerca 200 proposições, com destaque para o nosso primeiro projeto aprovado, o PL 52-2021, que vai combater o machismo e valorizar o protagonismo das mulheres nas escolas municipais de Aracaju, o que para nós representa um avanço na luta pelo fim da violência contra às mulheres”, afirmou.

É com animo e vontade de transformar que a parlamentar inicia sua atuação presencial na CMA, com o intuito de ressignificar o espaço legislativo com a representatividade de uma mulher trans de luta, combativa, espiritualista cristã e de esquerda. “Obrigada e vamos transformar a cidade juntas, juntos e juntes!”, finalizou.